Greve tem adesão de 12 mil dos 14 mil trabalhadores dos Correios do RJ

Cerca de 12 mil dos 14 mil trabalhadores dos Correios no estado do Rio de Janeiro aderiram à greve nacional da categoria iniciada há três dias. Várias agências estão fechadas. A paralisação também atinge o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) e o Centro de Tratamento Operacional (CTO), que fazem a distribuição das correspondências em todo o estado.

Em assembleia realizada na última quinta-feira (15), os trabalhadores dos Correios do Rio decidiram manter a greve por tempo indeterminado, devido a falta de proposta do governo com relação ao propostas negociadas na campanha salarial. No Rio de Janeiro, a adesão à greve nacional é de 80 do efetivo.

Outra decisão ratificada na assembleia foi a relaização de uma passeata que vai contar com trabalhadores vindos de todoestado para participar do enterro simbólico do presidente dos Correios Wagner Pinheiro e seu chefe de gabinete Adeíton, pela intransigência nas negociações.

Em carta aberta aberta à população, os dirigentes do Sintect/RJ, em nome dos trabalhadores da ECT explicam as razões da paralisação e pedem o apoio da sociedade.

De acordo com a direção, há mais de cinco anos os Correios não contratam funcionários, os locais de trabalho encontram-se em péssimas condições de trabalho, a Empresa realizou dois Programas de demissão Voluntária, quando milhares de trabalhadores deixaram os Correios, sem contar aqueles que se aposentaram ou foram afastados por doença.

Há um crescimento expressivo na demanda de serviço, que acompanha o crescimento dos Municípios, sem que os Correios se estruturem para isso. Este processo tem acarretado excesso constante de horas extras, convocação dos trabalhadores aos sábados, domingos e feriados, somado aos frequentes assaltos sofridos pela categoria: somente no mês de julho cerca de 150 assaltos foram registrados sob]mente através das CATS (comunicação de acidente de trabalho daqueles funcionários que precisam ser afastados pelo trauma psicológico ou danos físicos em consequência das ações dos bandidos).

Existem também os casos em que os funcionários não se afastam do trabalho o que engrossa o número de assaltos mensais.

O governo Federal por sua vez, mostra-se totalmente intransigente com estes trabalhadores que trabalham de sol a sol, expostos à violência urbana e contribuíram com seu árduo trabalho para um lucro recorde, que somente no primeiro semestre desta ano somou a cifra de R$500.000.000,00 – mesmo nas condições mais adversas e com todos os problemas que encontram diariamente, seja nas ruas ou pela falta de condições de trabalho.

Portanto os trabalhadores ressaltam que estão lutando por uma ECT eficiente, 100 % pública e que atenda a população com agilidade e segurança em todo País. Querem salário digno (o salário de um carteiro hoje é de 800,00 mensais) com aumento real e melhores condições de trabalho.

Os trabalhadores dos Correios sempre tiveram da sociedade um grande carinho, fruto da qualidade do serviço prestado. E é assim que deseja continuar.

Fonte: Lousi Reis

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.