Sapateiros de Campo Bom (RS) comemoram conquistas para a categoria

Durante dois meses o Sindicato dos Sapateiros de Campo Bom (RS) desencadeou uma mega operação de mobilização da categoria com objetivo de conquistar aumento real e melhorias que venham ao encontro das necessidades dos sapateiros.

Desde junho o Sindicato esteve nas portas de fábrica, distribuindo materiais, prestando informações e mobilizando a categoria, porque é assim a característica aguerrida do nosso Sindicato que vira fera em defesa dos sapateiros. Foram Assembléias na sede do Sindicato, reuniões com os patrões na busca de um denominador comum. O dialogo, bom senso e negociação franca, olho no olho, sem abrir mão dos sagrados direitos dos trabalhadores sempre nortearam as negociações deste e outros Dissidios.  A presença do Sindicato na porta de fábrica  foi uma presença constante que apontou para uma grande Unidade dos Sapateiros. Após as negociações na tarde de quinta-feira (25.08), houve uma proposta patronal que foi levada até os sapateiros na Assembléia histórica.

A Assembléia de quinta-feira (25.08)  foi marcada pela presença de um número expressivo de sapateiros. Na mesa que coordenou os trabalhos da Assembléia – o companheiro Vicente Selistre; presidente do Sindicato, Julio Lopes Luz; vice-presidente, Jaqueline Aurélia Dienstmann; secretaria geral do Sindicato, Jonara Dalpiaz; dirigente sindical de base, Silvio Luis Carneiro; advogado e os vereadores – Sérgio Seibert (PSB) e Victor de Souza (PC do B). Durante a Assembléia vários lideres sindicais defenderam a proposta patronal afirmando que não é o índice ideal mas que avanços aconteceram e que várias clausulas foram conquistadas. A categoria também defendeu que a unidade e a mobilização deve continuar visando o Díssidio 2012.  Na Assembleía a proposta patronal de 9% de aumento foi defendida por Tiago de Souza da Silva, Julio Lopes Luz, Juarez Flor “Juarezaão” e  Sérgio Moraes dos Santos “Sérjão”. Na seqüencia a proposta patronal foi colocada em apreciação, lembrando que em janeiro deste ano houve uma antecipação de aumento na ordem de 3% e que este índices deverá ser descontado daqueles que receberam a referida antecipação. Depois de amplo debate e discussões, a proposta patronal foi apreciada e aceita de forma unânime pelos sapateiros.

Já no piso da categoria o aumento real foi de 6,30% o maior da história das negociações coletivas dos sapateiros. O valor do piso que era de R$ 2,65 (R$ 583,00 mês) válido desde julho/2010,  passou para R$3,00 (R$ 660,00 mês) com aumento de 13,20 % mediante um acumulado de inflação de 6.87% (INPC entre agosto/2010 e julho/2011.

Outra conquista histórica foi a implantação também pela primeira vez na história da categoria, do piso normativo para os trabalhadores com mais de um ano de serviço na empresa, este piso inaugurado nesta convenção será de R$ 3,30 (cerca de R$ 726,00 mensais).

Outro avanço também há muito pleiteado e que nunca havia sido conquistado foi a melhoria de uma cláusula social e econômica importante da categoria que é o auxílio creche. As condições de concessão deste benefício tiveram três alterações muito importantes: 1- a idade das crianças a serem beneficiadas aumentou de até três anos para até quatro anos de idade; 2- o benefício que era para a mãe trabalhadora agora será extensivo também para o pai trabalhador nas situações em que a mãe empregada não receba;      e  3 – o limite salarial do(a) trabalhador(a) a ser beneficiado(a) que era de dois salários mínimos foi ampliado para três. Também foram mantidas diversas cláusulas já existentes e que beneficiam os trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Sapateiros e vice-presidente nacional da CTB, companheiro Vicente Selistre, comandou a assembléia histórica. “Após dois meses de uma grande campanha salarial com a realização de um grande plebiscito sobre as cláusulas, de intensas manifestações nas portas das fábricas inclusive com paralisações de advertência nas principais empresas bem como de diversas rodadas de negociação,  chegamos a esta proposta que significa a inauguração de um novo tempo nas negociações coletivas em nossa categoria, contemplando não só avanços econômicos, a melhoria dos baixos salários, e também a melhoria nas condições sociais e trabalhistas

Vicente afirmou também que “a região calçadista gaúcha ainda sofre com a transferência de fábricas e empregos para países da América central, como recentemente acompanhamos casos como Schmidt, a Azaléia e Paquetá, mas que a vocação industrial coureiro-calçadista da nossa região é muito forte e importante para a geração de emprego, renda e justiça social, por isto permanentemente temos defendido a atenção governamental para o apoio e o incentivo para a indústria nacional, em especial o calçadista, que é um dos ramos que geram mais empregos em nosso país”. Há muito trabalho e muita luta pela frente e precisamos estar unidos e na luta sempre”, concluiu Vicente Selistre. 

Fonte: Jair Wingert

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