Mobilização estudantil ganha novo fôlego nesta 5ª feira no Chile

Nesta quinta-feira (4), novas marchas tomarão as ruas chilenas por melhoras na educação. A convocação é da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que encabeça as mobilizações que se realizam no país desde maio.

De acordo com Camila Vallejo, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), as marchas que serão realizadas em diferentes pontos do país são “um sinal de que estamos mobilizados, alertas e que a discussão não termina com a resposta do ministro, portanto, a marcha acontece independentemente do que ele tenha respondido”, afirmou, segundo o site da Fech.

O Acordo Social pela Educação foi elaborado pelos atores ligados a educação como contraproposta ao Grande Acordo Nacional pela Educação (GANE), proposto pelo governo de Sebastián Piñera. O GANE foi avaliado pelos estudantes como uma proposta unilateral que não considerou as demandas sociais. “Reduzir o conflito à maior injeção de recurso, sem parâmetros claros, não conseguirá superar a profunda crise da educação”, assinala a nota de resposta da Confech.

No documento provocado pelos estudantes, está expressa a necessidade de “recuperar a educação como um direito social e humano universal (…), e que esteja estruturado na base de um novo Sistema de Educação Pública, organizado e financiado pelo Estado em todos os seus níveis (…)”. Autonomia, democracia, pluralidade, qualidade e gratuidade são palavras chaves do Acordo Social pela Educação.

Pelo menos cinco federações estudantis já rechaçaram a resposta governista. As críticas são que a proposta do governo não contempla o conjunto de reivindicações estudantis, além de perpetuar o endividamento dos estudantes, os quais pagam mensalidades mesmo nas instituições públicas. Eles reclamam também que a proposta do governo não garante elementos para alcançar a gratuidade ou formar um sistema equitativo.

Governo pretende coibir

O ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, disse que o governo não vai autorizar as manifestações nem aceitar a “intransigência” dos estudantes e professores. Em outras palavras, o governo deixa claro que está disposto a violar a Constituição para evitar os protestos.

Na quarta-feira (3), houve reunião entre Hinzpeter, o presidente da Teachers College (equivalente ao sindicato dos professores), Jaime Gajardo, e a representante dos estudantes universitários Camila Vallejo. Sem acordo. Gajardo confirmou a insatisfação dos professores com as medidas anunciadas pelo governo.

Com informações da Agência Adital

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