Chorinho empolga músicos estrangeiros

A israelense Salit Lahav diz que se sentiria orgulhosa de ser reconhecida como uma chorona. E tem se esforçado para isso. Embora não haja ainda, em hebraico, um termo adequado para traduzir o título que almeja, ela integra o único conjunto de que se tem notícia a tocar profissionalmente, em Israel, o mais genuíno gênero musical brasileiro, o choro. Ele também organiza encontros musicais semanais para divulgar o choro.

Apontado por especialistas como a primeira manifestação musical popular tipicamente urbana surgida no Brasil (há quem diga o mesmo da modinha e do lundu, mas ambos os estilos chegaram ao país à época da vinda da Corte portuguesa, em 1808, quando já eram praticados na Europa), o chorinho é hoje menos conhecido no exterior que o samba e a bossa nova. Ainda assim, como dizia o compositor Heitor Villa-Lobos, continua sendo considerado por muitos como a exata tradução da “alma musical do povo brasileiro”.

O choro empolga não só o público com sua leveza e riqueza melódica e rítmica, mas também os músicos. Eles não só têm que ter pleno domínio de seus instrumentos para improvisar enquanto acompanham a melodia, como precisam absorver a harmonia e o ritmo característicos da música brasileira.

“Tecnicamente, o choro é difícil. Ele tem uma particularidade rítmica que dificulta um pouco para as pessoas de outros países tocar”, diz Salit, que tocava piano e acordeom antes de se dedicar à flauta, instrumento com que começou no jazz antes de chegar à música brasileira e se apaixonar pelo choro. “Mas eu também acho que é um gênero muito próximo da música clássica e que, por isso, para quem estudou música erudita, talvez seja mais fácil tocar choro do que o jazz. E nós, israelenses, também parecemos ter um pouco menos de dificuldade. Talvez porque sejamos muito parecidos com os brasileiros em termos de caráter e de energia”, completa, em português carregado de sotaque.

Com informações da Agência Brasil

 

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