CTB participa de seminário internacional promovido pela CUT-A, no Paraguai

O secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos, esteve no Paraguai esta semana para participar do Seminário Internacional “Construindo uma Nova Ordem Social”, promovido pela Central Unitária de Trabalhadores Autêntica.
O encontro ocorreu no marco da Cúpula Social do Mercosul, marcada para a mesma semana, em Assunção. Centrais sindicais de todo o continente participaram do seminário, no qual Batista realizou uma intervenção na qual defendeu o sindicalismo classista, a integração latino-americana e demonstrou preocupação em relação à crise econômica mundial.

Batista rebateu os argumentos que defendem a necessidade de uma parceria entre a América Latina e a União europeia, reforçando a necessidade da união Sul-Sul, diante da atual conjuntura. “Como a comunidade européia pode ser nossa parceira central neste momento?”, questionou, ao lembrar que o mundo ainda vive uma crise econômica, na qual os estados capitalistas, para pagar as dívidas dos bancos e de empresas como a GM, se endividaram ainda mais.

“O capitalismo, com suas contradições, vive em crise desde o início. Hoje há uma particularidade: o declínio dos EUA, ao mesmo tempo em que vemos a ascensão dos asiáticos (com deslocamento do centro produtivo para a Ásia). Há uma transição, que exige uma nova divisão internacional do trabalho e uma nova ordem mundial. A atual ordem tem caráter imperialista, com a hegemonia de poucos países. A nova aponta para um mundo mais multipolar, com a ascensão de blocos como os BRICS”, acrescentou o dirigente cetebista.

Papel da América Latina e de seus trabalhadores

Batista defendem também, em sua intervenção, a necessidade de um projeto de integração mais amplo do que o Mercosul. Ele citou a Unasul e a iminente criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), como opções, atribuindo a esta última um papel que poderá ser a de substituta da Organização dos Estados Americanos (OEA). “A OEA é muito submissa aos Estados Unidos. É uma entidade que não reconhece Cuba e reconheceu o governo golpista de Honduras. A criação de uma nova entidade só será possível pelas vitórias das forças democráticas e de esquerda em nosso continente, algo que não acontece na Europa”, afirmou.

Diante desse cenário, Batista destacou a importância da classe trabalhadora para a conquista de mais avanços. Citando o cantor Cazuza, lembrou que “o tempo não para” e que “nossa estratégia deve ser a da integração solidária e soberana”. Defendeu também que os trabalhadores “busquem o protagonismo político em cada país, para aprofundar as transformações” e lembrou não existe nenhuma modelo para isso. “Cada país tem uma saída própria e original, com suas próprias forças, costumes e cultura. E essas mudanças dependem da unidade”, arrebatou.

Audiência com Lugo

O dirigente da CTB também participou, durante sua passagem pelo Paraguai, de uma reunião com o presidente do país, Fernando Lugo. O mandatário elogiou a iniciativa do seminário, valorizou o papel da CUT-A, lembrou-se o bicentenário paraguaio, saudou o Brasil pela renegociação de Itaipu e disse que o mundo passa por mudanças vertiginosas.

Uma delegação de sindicalistas foi recebida pelo presidente. Para Batista, foi importante o reconhecimento e o apoio de Lugo ao encontro. “Foi possível fortalecer o diálogo existente entre o movimento sindical do continente e suas lideranças mais progressistas”, disse.

Portal CTB

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