Os funcionários das empresas estatais, dos portos e dos bancos na Grécia iniciaram nesta quinta-feira (9) uma greve de 24 horas, enquanto os trabalhadores dos hospitais públicos trabalharão apenas quatro horas em Atenas e Salônica, em protesto contra o novo programa de cortes de gastos do governo.
O serviço ferroviário não funcionará durante o dia todo, da mesma forma que o trem regional que conecta a capital grega ao aeroporto internacional Eleftherios Venizelos. Os hospitais públicos funcionaram normalmente até 10h locais (4h de Brasília), e agora só atendem casos de emergência. Os funcionários de bancos também foram convocados à greve.
A União de Funcionários Públicos (Adedy), que representa 800 mil trabalhadores, convocou uma manifestação de protesto nas cidades de Atenas e Salônica, a partir das 11h locais (5h de Brasília), sob o lema “Não vendemos nada”.
Segundo os sindicatos, o transporte público da capital ficou paralisado nas primeiras horas do dia e o serviço funcionará apenas para facilitar o acesso dos manifestantes ao protesto. Já os trabalhadores de carga e descarga em todos os portos do país decretaram greve de 24 horas contra o programa de privatização do governo.
Os sindicatos majoritários fazem os preparativos para a próxima greve geral de 24 horas, no dia 15, a terceira do ano e a 15ª desde que a Grécia incorporou, em 2010, um plano de austeridade para equilibrar o orçamento deficitário, que obrigou o país a recorrer a um grande pacote de resgate financeiro concedido pela UE e pelo FMI.
Referendo
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, reafirmou na última segunda-feira (6) seu compromisso de manter a Grécia dentro da zona Euro. Entretanto, pela primeira vez considerou a possibilidade de fazer um referendo sobre a aprovação das novas medidas de austeridade econômica.
“Devido às grandes mudanças, estou disposto a fazer um referendo para obter um consenso mais amplo possível”, afirmou Papandreou em comunicado, após uma reunião com seu gabinete de ministros que durou oito horas.
O premiê não especificou quais pontos seriam submetidos a uma possível consulta popular, mas a análise da imprensa grega aponta para reformas estruturais a fim de melhorar a eficácia do Estado.
Com informações do Opera Mundi