Pelo sexto ano consecutivo, o dia 1º de maio nos Estados Unidos será marcado, em todo o país, por manifestações em favor da reforma imigratória. Pelo menos este é o desejo dos ativistas e defensores dos direitos dos imigrantes, que já começam a organizar passeatas e atos nas principais cidades americanas. O objetivo é levar para as ruas milhões de pessoas para pressionar o governo pelo fim das deportações e pelo retorno à pauta do Congresso de um projeto que sinalize uma esperança para os mais de 11 milhões de indocumentados nos Estados Unidos.
“Vamos insistir no debate acerca de uma reforma imigratória justa, que dê aos imigrantes a oportunidade de uma vida normal”, afirmou Juan José Gutiérrez, diretor do Movimento Latino USA de Los Angeles. Ele acrescentou também que a iniciativa servirá também para mostrar a insatisfação da sociedade com leis semelhantes à SB 1070, do Arizona, que têm sido discutidas em vários estados. As deportações, que na administração Obama bateu a marca de um milhão, também são motivo de queixa.
Para o ativista, a situação é difícil, porque apesar do governo democrata a política imigratória é uma continuação do governo anterior. “O discurso de Obama é dúbio”, lamentou Gutiérrez, ressaltando que o presidente disse recentemente que não poderia fazer nada para impedir a deportação dos imigrantes, pois foi eleito para cumprir as leis. “Isso deixou a nossa comunidade ainda mais tensa com a situação, pois ele não está cumprindo a promessa de campanha”, explicou.
Por isso, os preparativos para as manifestações de 1º de maio estão ganhando força em todo o país. Em Los Angeles (Califórnia), Houston (Texas), New York (NY) e Washington DC, os eventos em favor da reforma já estão definidos, mas outras cidades também terão seus atos. Para Teodoro Aguiluz, do Centro de Recursos Centro-Americanos, é importante mostrar ao presidente que famílias estão divididas. “Há pelo menos quatro milhões de indocumentados com filhos nascidos neste país, cidadãos portanto, que correm o risco de deportação”, reiteirou.
Outra preocupação dos ativistas é com as leis antiimigrantes, como a do Arizona. Uma pesquisa feita pela Univision mostrou que parlamentares de 41 estados estão propensos a apresentar projetos semelhantes só no estado do Texas, por exemplo, há pelo menos 50 propostas do tipo. “Temos que impedir que esta onda se espalhe pelo resto do país”, disse Aguiluz.
Nem mesmo o medo da população imigrante de sair as ruas em algumas cidades vai ser capaz de deter as manifestações, segundo Gutiérrez. “As passeatas de 1º de maio já são uma tradição e representam nossa melhor maneira de mostrar descontentamento com a situação. Não sabemos quantos participarão, mas temos que seguir lutando. Se não nos escutarem, daremos nossa resposta nas urnas, nas eleições em 2012”, assegurou o ativista.
Fonte: AcheiUSA