Em assembleia geral realizada nas portas das fábricas na área do Distrito Industrial de São Luís, no dia 21 de março, os trabalhadores Metalúrgicos de São Luís (MA), aprovaram por unanimidade o estado de Greve Geral da categoria, devido a intransigência do Sindicato Patronal e Alumar em repassarem um reajuste salarial com ganho real.
Desde fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos – Sindmetal, vem negociando com os Patrões, a pauta de reivindicação da categoria que fazem parte da Campanha Salarial 2011 dos Metalúrigocos.
Várias empresas já sinalizaram em repassar ganho real aos Trabalhadores, mas a Alumar vem emperrando o processo de negociação, já que é a única empresa do ramo que discorda do repasse salarial.
Acordos em separado já foram fechados entre Sindmetal e várias empresas com média de reajuste de 10% e 9%, superando a inflação do período que foi de 6,36%.
A Data-base da categoria é de 1º de março, e até agora, os trabalhadores estão sem o devido reajuste salarial em seus contra-cheques.
Além disso, existem outras demandas na pauta de reivindicações da categoria: saúde e segurança no ambiente de trabalho, fim do assédio moral e das terceirizações precárias/fraudulentas, redução da jornada de trabalho e para os trabalhadores da Alumar, o advento de um novo turno de trabalho que valorize as folgas e a vida em toda a sua plenitude.
Nos últimos 10 anos, o reajuste salarial dos trabalhadores Metalúrgicos de São Luís, ficou 127,21% abaixo do reajuste do salário mínimo no mesmo período. Uma super-desvalorização. Por outro lado, empresas como a Alumar – por exemplo – tiveram no mesmo período, recordes de produção e lucro, tanto que não pouparam investimentos privados e públicos (BNDES) na expansão da Refinaria, inaugurada em 2010.
Em 2008 alegaram baixa na cotação do Alumínio, mercado em baixa, entre outros. Em 2009, que a crise mundial estava desaquecendo as vendas e reduzindo a margem de lucro. Neste mesmo ano, Franklin Feder, presidente da Alcoa na América Latina, chegou a escrever a Carta de Reajuste Zero aos empregados, justificando o posicionamento da companhia. Em 2010, alegaram estar se recuperando dos efeitos da crise.
Agora em 2011, como não tem quem ou o quê culpar para conceder ganho real aos trabalhadores, alegam fortes prejuízos financeiros na planta do Maranhão e altos custos de energia elétrica. Para os trabalhadores, esse discurso é totalmente vazio, já que o valor do quilovate/hora pago pela Alumar é diferenciado, pois a empresa negocia direto com a Eletrobrás, e ainda tem subsídio do Governo Federal.
Além disso, a Alumar também esbanja uma supereconomia no quesito gastos com água, pois a empresa utiliza milhões de metros cúbicos sem pagar nada por isso.
Fonte: Sindmetal MA