Autoridades haitianas informaram nesta quarta-feira (30), que o segundo turno das eleições presidenciais e legislativas no país foi marcado por um número maior de fraudes que aquele registrado durante a primeira rodada da disputa. A comissão eleitoral informou que o anúncio dos resultados das eleições presidenciais foi adiado em quatro dias, para 4 de abril. Os resultados finais são esperados para 16 de abril.
Segundo o diretor da Comissão Eleitoral Provisória, Widmarck Matador, mais de 15 mil atas, de um total de 25,9 mil, estão em quarentena e requerem uma análise mais profunda para verificar a sua autenticidade.
No dia anterior, depois de completar a contagem dos votos para presidente, outras 1,5 mil atas, 14% do total, foram colocadas de lado, aguardando decisão final sobre sua validade já que foram consideradas “visivelmente fraudulentas”, afirmou Matador, a jornalistas. Segundo ele, são 500 cédulas a mais que no primeiro turno, realizado no ano passado.
Ele, contudo, não respondeu quando questionado se as fraudes levariam dúvidas sobre os resultados das eleições, nas quais o cantor popular Michel Martelly, 50 anos, enfrenta a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, 70.
Matador disse que ainda falta verificar as listas eleitorais, depois de encontrar um número de eleitores notadamente superior aos que estavam inicialmente matriculados em vários centros de votação.
Os observadores internacionais, por sua vez, conclamaram aos candidatos à presidência, Michel Martelly e Mirlande Manigat, a não continuarem as declarações infundadas de vitória, que poderiam causar incidentes violentos.
Em 20 de março, o Haiti realizou a segunda rodada de eleições gerais para escolher sete senadores, 79 deputados e do novo presidente do país.
O primeiro turno das eleições, em novembro, também foi marcado por inúmeras denúncias de irregularidades e por pressões de organismos internacionais, que forçaram a comissão eleitoral a retirar o candidato do presidente René Preval da disputa, e permitir que Martelly concorresse no lugar dele.
Os candidatos disputam o cargo que terá como desafio reconstruir o país caribenho devastado em janeiro de 2010 pelo terremoto que destruiu a capital, Porto Príncipe, deixando 225 mil mortos.
Com informações das agências
