Trabalhadores da educação fortalecem greve no Maranhão

Os professores da rede pública estadual de ensino do Maranhão intensificaram a paralisação, que iniciou no dia 1º de março, e segue firme no Estado.  

Em nota oficial, o Sinproesemma confirmou a manutenção da greve até os dias 23 e 24 de março (confira nota ao final),  quando ocorrerão assembleias com os professores onde será definida pela continuidade ou não da mobilização. Ainda por essa nota, o Sinproesemma classificou como abusiva a iniciativa do governo de pedir a ilegalidade da greve. “É mais uma demonstração de que o governo Roseana Sarney (PMDB) não está interessado nem no diálogo nem na solução dos problemas da educação pública”, disse a direção do sindicato.

De acordo com o secretário de comunicação do sindicato e presidente da CTB-MA, Júlio Guterres, aproximadamente 90% da categoria aderiu à paralisação que tem como foco principal reivindicar contra as precárias condições de trabalho dos educadores que iniciaram o ano letivo de 2011, no dia 21 de fevereiro, com salas superlotadas e sucateadas, escolas com falta de mesas e cadeiras para alunos ou escolas sem professores, entre outros problemas.

Educadores divulgam greve nas Feiras e Terminais

Cumprindo agenda do movimento paredista, dezenas de trabalhadores em educação estiveram neste final de semana (sexta e sábado), pela manhã, desenvolvendo atividades nos Terminais de Integração e principais feiras da cidade (Cohab e João Paulo).

Os grupos foram divididos para atender a comunidade e assim, poder divulgar as ações que envolvem a greve desde o primeiro dia de março. O objetivo também, segundo a direção foi informar sobre as razões da greve, o porquê da paralisação, além de mostrar à sociedade o ponto de vista da categoria, em contrapartida à mídia governista, “que tenta mostrar apenas o lado que interessa a eles,” destaca Euges Lima, um dos coordenadores dos Blitzes.

Ainda de acordo com declarações de Lima, a receptividade nos locais visitados pelos educadores, foi positiva, haja vista pais e alunos apoiarem a iniciativa do Sindicato, que é lutar pela melhoria da qualidade da educação no Estado, que passa nesse momento por descrédito junto à sociedade de modo geral.

Greve ganha força no interior

A greve ganha força no interior do estado, com grande adesão dos educadores de Barra do Corda. Nesta semana, os profissionais de educação da cidade foram às ruas exigir que a pauta de reivindicações da categoria seja atendida pelo governo do Estado.

Os educadores fizeram uma grande passeata percorrendo ruas do Centro, realizaram blitz nas escolas estaduais e concentração em praça para distribuir material informativo à população.

Em Bacabal, onde a adesão é grande desde o dia 1° de março, início do movimento, a categoria continua mobilizada, realizando várias atividades. Com faixas, cartazes e carro-som, os educadores também fizeram manifestação esta semana, com grande caminhada e panfletagem pelas ruas do Centro.

Em Itapecuru, os educadores não ficaram parados nem mesmo durante a folia de carnaval. O bloco “Heróis da Resistência” aproveitou a movimentação de foliões nas ruas e fez manifestação com entrega de panfletos.

Confira nota do Sindicato:

SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO MARANHÃO (SINPROESEMMA)

NOTA OFICIAL

EM RESPEITO À VERDADE

Educadores e, especialmente, pais, alunos e a sociedade em geral têm sido alvo, no último mês, de intensa campanha publicitária promovida pelo governo Roseana Sarney (PMDB/PT). Essa campanha é baseada em mentiras sobre a greve dos trabalhadores em educação pública. Nela, as motivações da nossa luta são distorcidas; os caminhos seguidos até aqui são ocultados; e se induz à ignorância e ao erro.

Além do Governo do Estado gastar muitos recursos financeiros públicos contra nós, são utilizados instrumentos oficiais para tal propósito. É o caso de matéria jornalística publicada no saite da Seduc (Secretaria de Estado da Educação) e distribuída a jornalistas e veículos a soldo do governo.

Essa campanha se assenta sobre uma decisão liminar (provisória) e monocrática do desembargador Marcelo Carvalho, minimamente, induzido ao erro pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que elencou três falsos argumentos na Ação Ordinária proposta pelo governo. O magistrado os acolheu como verdadeiros e transformou-os em fatos jurídicos. Mas eles não têm fundamentação. Vejamos:

1
MENTIRA:
A greve foi deflagrada ainda no início das negociações entre o Sindicato e o Governo do Estado;
VERDADE: A negociação com o governo Roseana Sarney sobre o Estatuto do Educador começou em abril de 2009, tão logo a governadora assumiu por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral); seguiu durante todo ano de 2010, e ainda que tenha havido substituição de dois secretários de Educação, prosseguiu com a atual titular, Olga Simão, que mesmo não sendo uma educadora, era anteriormente [e sempre] auxiliar direta da governadora (OFÍCIOS ANEXOS). Em outubro do ano passado, a categoria decidiu pelo Indicativo de Greve a partir do reinício das aulas. Isso foi comunicado à sociedade e ao próprio governo. Mudou a governadora? Não! A negociação é a mesma. O governo Roseana Sarney é que passou a escarnecer dos educadores, procrastinar decisões, fazer ouvir de mercador a apelos. Ainda assim, prazos foram cumpridos ANTES da greve. Troca de gestores não impõe suspender e reiniciar processos, pois, afinal, a Constituição Federal estabelece os procedimentos públicos pelo “caráter de impessoalidade”, entre outros, e a governadora continua sendo a mesma;

2
MENTIRA:
A ausência, segundo Lei 7.783/1989, de comunicação prévia da greve 48h antes de seu início (sic);
VERDADE: A governadora, Roseana Sarney, e a secretária de Educação, Olga Simão, receberam no dia 24 de fevereiro de 2011 ofícios comunicando OFICIALMENTE a decisão da categoria por GREVE GERAL por tempo indeterminado [CONFIRA CÓPIAS] a partir de 1º de março;

3
MENTIRA
: Não cumprimento da determinação de manutenção de pelo menos 30% dos professores trabalhando;
VERDADE: Esta é uma questão jurídica e política. Primeiro, os educadores não estão definidos como serviços essenciais de funcionamento (transporte, saúde etc) em movimentos paredistas. Depois: a secretária Olga Simão repete em todas oportunidades que “somente 40% dos educadores estão em greve”. Ora, se secretária estivesse falando a verdade, e a lei previsse o mínimo de 30%, já estaria sendo cumprida para além – 60% dos educadores trabalhando. Ou uma coisa ou outra.

QUEM ENSINA, FALA A VERDADE!

Educação é essencial. Por isso, educação de qualidade, só com Estatuto aprovado e Educador valorizado!

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