Assim como no Brasil, professores do Chile, agrupamentos estudantis e organizações de direitos humanos estão convocando uma grande mobilização popular em rejeição à visita do presidente estadunidense, Barack Obama.
“Exigimos que Obama respeite os processos de emancipação e de integração na América Latina”, destacou um comunicado assinado pelos organizadores do ato de protesto, previsto para o próximo domingo, justamente na véspera da chegada do presidente norte-americano ao país.
A mensagem chama o governante nortista a assumir a responsabilidade dos Estados Unidos no golpe militar contra o governo de Salvador Allende, ação que a esquerda chilena considera que contribuiu para manter impunes as sequelas de graves violações dos direitos humanos.
A convocação à manifestação faz também referência às políticas de ingerência de Washington e condenação em tal sentido ao atual belicismo contra a Líbia, à manutenção do bloqueio contra Cuba e à injusta prisão nos Estados Unidos dos cinco lutadores antiterroristas cubanos: Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, René González e Fernando González.
“Exigimos o levantamento do bloqueio a Cuba, a maior das violações aos direitos humanos contra um país, enfatiza o documento que chama também a pôr fim às posturas agressivas contra Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua e Argentina”.
O texto conclui com a advertência de que o “Chile não é o modelo de democracia e de liberdade” que apresenta como tal a Casa Branca “porque os mapuche, os rapanui, os trabalhadores e as grandes maiorias nacionais são expressão da desigualdade e da exclusão imperantes”.
Para o reconhecido advogado chileno Eduardo Contreras, a primeira coisa que deve fazer Obama nesta cidade é pedir desculpas ao povo do Chile.
“Como se denunciou no próprio Senado norte-americano e como todo mundo sabe, os Estados Unidos é o grande responsável pelo golpe dos generais traidores no Chile em 1973”, destacou.
Ao contextualizar a visita de Obama ao Chile, programada para segunda-feira e terça-feira da próxima semana, Contreras opinou que se produz “quando o imperialismo que ele representa conspira contra toda mudança democrática em nosso continente, contra todo governo progressista”.
Sobram razões às organizações sociais chilenas, que sairão às ruas, para protestar, comentou o jurista.
Com informações da Prensa Latina