CTB participa de protesto contra a Selic em todo país

Nesta terça-feira (18), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e demais Centrais Sindicais participaram do Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos, um ato para pressionar pela redução da taxa básica de juros (Selic). Em São Paulo, a manifestação ocorreu em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, reunindo centenas de pessoas.

Atualmente, a Selic está em 13,25%, mas há uma expectativa de que a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre entre hoje e amanhã (19), eleve a taxa para 14,25% – o maior patamar desde 2016.

“Precisamos romper com essa lógica”, diz Adilson Araújo

O presidente da CTB, Adilson Araújo, criticou duramente a política monetária do Banco Central e a influência do setor financeiro sobre a economia.

“Se há uma manifestação hoje, é exatamente para dialogarmos. Dialogar com a juventude, com os vigilantes, com a segurança do Banco Central, porque falta muito para que nossas vidas melhorem. A pergunta que eu quero fazer é: faz sentido uma economia em crescimento como a nossa, que, segundo a OCDE, é uma das que mais cresceu no mundo, continuar praticando uma taxa de juros absurda? Não é razoável que o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional sirvam de anteparo para os interesses do grande capital?”, questionou.

Para Araújo, o novo presidente do Banco Central, indicado pelo presidente Lula, precisa enfrentar esse cenário. “O sentido dos juros altos muitas vezes é difícil para o povo entender. Por que a imprensa está pouco ou quase nada preocupada em esclarecer qual a relação dos juros altos com a indústria? Quando qualquer economia no mundo está indicando que vai enfrentar uma grave recessão, é necessário reduzir juros, melhorar o consumo das famílias e indicar um processo de reindustrialização”, defendeu.

Ele destacou ainda que, para reverter esse cenário, pode ser necessária uma mobilização mais ampla da classe trabalhadora. “O povo não votou para eleger o presidente do Banco Central; não demos e não vamos dar autonomia para eles. O que precisamos é colocar o pé na porta e dizer: ‘Ou altera o curso da política econômica ou vamos ter que convocar uma greve geral’. Uma greve geral que possa dialogar sobre a necessidade de resolver o preço caro dos alimentos e romper com essa lógica capitalista que, ao invés de investir na produção, especula no mercado financeiro.”

Impacto dos juros na economia

Os sindicatos ressaltam que a taxa de juros elevada impede investimentos e aprofunda desigualdades. “A cada 1% aumentado na taxa Selic, são mais de 40 bilhões de juros. O Brasil não pode se dar o luxo de, somente em 2024, ter destinado mais de 1 trilhão para pagar juros. É por isso que o Brasil segue sendo um país desigual, que só alimenta a insana ganância dos banqueiros, do grande capital, da especulação e do latifúndio”, disse Araújo.

Para ele, a luta contra essa política deve ser prioridade. “Vamos ter que fazer uma grande movimentação, sobretudo enfrentar uma grande batalha, porque a extrema direita, esses bolsonaristas, estão pressionando o governo para que não corte impostos dos ricos. Lula anunciou que vai isentar quem ganha até 5 mil reais do imposto de renda, e isso deixou eles furiosos, porque querem que os ricos comprem jatinhos, iates, helicópteros sem pagar impostos, enquanto nós sofremos. A unidade é mais que fundamental; temos que fazer uma grande aliança com o povo e romper com a lógica do neoliberalismo. Juros baixos já!”, concluiu.

Mobilizações pelo país

O ato aconteceu em diversas capitais, com falas de lideranças regionais reforçando a necessidade de redução da Selic. Em Porto Alegre, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, destacou o impacto da taxa de juros nas políticas públicas.

“A maior taxa de juros real do mundo é a do nosso país. A cada 1% que aumentam, são 55 bilhões a menos que o governo tem para investir em educação, saúde, necessidades básicas. Por isso, precisamos lutar contra tudo”, afirmou.

Na Bahia, a presidenta da CTB estadual, Rosa de Souza, reforçou a crítica ao Banco Central. “Juros altos só interessam aos banqueiros, especuladores e ao mercado financeiro. O Banco Central não pode continuar sabotando a economia do Brasil, que está reagindo com as políticas do governo Lula. O PIB cresceu 3,4% em 2024, foram gerados mais de 3 milhões de empregos em dois anos e a massa salarial cresceu. Não podemos aceitar que o BC siga na contramão do desenvolvimento do País, que precisa do povo com renda para consumir e fazer girar a economia. Por isso, as centrais mobilizam suas bases”, disse.

Os atos seguiram acontecendo pelo Brasil ao longo do dia, reforçando a pressão sobre o Copom e o Banco Central para que o país tenha uma política econômica que priorize o emprego e o desenvolvimento.

Confira como foram os atos!

São Paulo

Salvador – BA

Porto Alegre – RS

Brasília – DF

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