O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data que promove a reflexão sobre a luta contra o racismo e a valorização da cultura afro-brasileira. Neste ano a data foi reconhecida pela primeira vez como feriado nacional, após a sanção da Lei 14.759 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e diversas atividades foram realizadas em todo o Brasil, destacando a importância desse dia e a resistência do povo negro. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou ativamente das comemorações, com um foco especial na Bahia, onde diversas ações foram realizadas.
Bahia: Seminário e Lavagem da Estátua de Zumbi
Na terça-feira, 19 de novembro, ocorreu o seminário “A inserção do negro no mercado de trabalho – Entre o imaginário e a realidade”, conduzido pelo professor Richard Santos, da UFSB. O evento, realizado no Sindicato dos Bancários da Bahia em Salvador, teve como objetivo promover reflexões sobre o combate ao racismo na sociedade. Lucimara Cruz, responsável pela Comissão Nacional de Combate ao Racismo da CTB, afirmou: “Essa é uma das várias atividades que a Central realiza para produzir reflexões e indicar caminhos que ajudem a combater o racismo em nossa sociedade. Essa é uma luta cotidiana dos movimentos negros, que tem apoio do sindicalismo.
“No dia 20 de novembro, a CTB e a União de Negros e Negras pela Igualdade (UNEGRO) realizaram a 16ª Lavagem da Estátua de Zumbi dos Palmares. Com o tema “Em defesa da VIDA da população negra!”, o evento celebrou a resistência negra e reforçou a importância do feriado em Salvador. Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, destacou: “Estamos juntos nessa caminhada porque a lavagem da estátua de Zumbi se confunde com a história da CTB, que nasceu em 2007 e segue na trincheira de lutas da classe trabalhadora e do povo negro.” Ele também enfatizou: “É importante que o movimento sindical vincule a luta contra o racismo com as lutas políticas em curso.”
Marcha Zumbi-Dandara
Ainda na Bahia, centenas de pessoas participaram da 45ª Marcha Zumbi-Dandara, que saiu do Campo Grande até a Praça Castro Alves. Durante a marcha, houve uma homenagem ao mestre Môa do Katendê, figura importante na cultura afro-brasileira. O secretário de Combate ao Racismo da CTB Bahia, Jerônimo Silva Júnior, entregou uma escultura de berimbau à filha do mestre: “Aqui na Praça da Piedade, foram enforcados 4 heróis na luta do povo negro. Nada mais simbólico do que homenagear essa figura importante da capoeira, da música e da nossa cultura que foi Môa do Katendê.”
Atividades em outros estados
São Paulo
Em São Paulo, as atividades ocorreram na Avenida Paulista. O secretário da CTB SP, Alfredo, comentou: “Essa manifestação é uma vitória para o movimento negro; por outro lado, precisaremos avançar mais ainda.”
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, o ato foi denominado “Marcha da Periferia”, reunindo diversas vozes em defesa dos direitos da população negra.