Todo o sindicalismo está unido na defesa da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que as deputadas federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Alice Portugal (PCdoB-BA) vão apresentar na Câmara
A redução da jornada de trabalho é uma bandeira histórica do movimento sindical. Há décadas, lutamos por uma semana com 40 horas trabalhadas, com ao menos dois dias de descanso.
Uma música de Gonzaguinha resume essas duas necessidades humanas – a do trabalho e do repouso. Além de dizer que “sem o seu trabalho / o homem não tem honra”, o grande compositor brasileiro acrescentou: “(guerreiros) precisam de um descanso / precisam de um remanso / precisam de um sono / que os tornem refeitos”.
Infelizmente, quem trabalha sob a escala 6 x 1 está privado de um direito tão básico. Essa jornada semanal – de seis dias consecutivos de trabalho, com apenas um dia de folga – é comum em bares e restaurantes, supermercados e comércio em geral, saúde e serviços. Há fábricas no setor metalúrgico que também impõem esse modelo.
É uma escala que afasta o trabalhador da família e dos amigos, ao mesmo tempo em que lhe tira tempo para o estudo ou o lazer. Para piorar, nem sempre o descanso ocorre no domingo.
Por isso, todo o sindicalismo está unido na defesa da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que as deputadas federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Alice Portugal (PCdoB-BA) vão apresentar na Câmara. Nesta semana, as parlamentares já conseguiram as 171 assinaturas necessárias para a tramitação da PEC – uma grande vitória.
O foco do projeto é acabar com a chamada “escala 6 x 1” – mas também proõe uma jornada de 36 horas semanais, a serem cumpridas em quatro dias de semana. Para combater a exploração, que se substitua a 6 x 1 pela escala 4 x 3, com redução de jornada e sem perdas salariais.
“Essa PEC não é apenas uma mudança na carga horária; é uma mudança na qualidade de vida do trabalhador brasileiro. Queremos construir um país onde o trabalho e o bem-estar andem lado a lado”, resume Alice Portugal.
A unidade da classe trabalhadora é testada nesta grande batalha civilizacional. A Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) e suas entidades filiadas se somam à luta contra a exploração! Pelo fim da escala 6 x 1! Por jornadas e condições de trabalho dignas para todos!
Betim, 13 de novembro de 2024
ASSINAM
– Assis Melo, presidente da Fitmetal e do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região (RS)
– Alex Custodio, vice-presidente da Fitmetal e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região (MG)
– Ednei Venâncio Raymundo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Lavras (MG)
– Gérson Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Maranhão
– José Francisco Salvino (“Buiu”), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região (SP)
– Marconi Roque, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sabará (MG)
– Mario Hudson, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Uberlândia e Araguari (MG)
– Todson Andrade, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Carlos Barbosa (RS)
– Waldomiro Alves Rodrigues, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Três Marias e Região (MG)
Informações: Fit Metal.