A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) manifesta sua total solidariedade ao povo Saaraui na histórica e justa luta pela soberania do Saara Ocidental, que acaba de obter uma significativa vitória com a confirmação em sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia da decisão que anulou os acordos comerciais e pesqueiros entre UE e Marrocos.
Houve um reconhecimento implícito da União Europeia do direito à soberania e autodeterminação exigidos pelo povo saaraui.
O Tribunal de Justiça da UE adotou o entendimento do Tribunal Penal Internacional, da União Africana e das Nações Unidas que referendam o direito do povo do deserto sobre as riquezas no território ocupado pelo invasor marroquino, que desde 1975, após a saída da Espanha, segue colonizando o Saara Ocidental.
O Brasil, hoje um dos principais compradores de fosfato roubado das terras saarauis, deveria seguir o mesmo caminho.
O Ministério de Relações Exteriores, o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Polícia Federal brasileira assinaram acordos com o governo monárquico marroquino que favorecem a receptação das riquezas do Saara Ocidental e a perseguição aos saarauis, que, de armas na mão, liderados pela Frente Polisário, lutam pela libertação de sua Pátria.
O Brasil resiste em reconhecer a República Árabe Saaraui Democrática (RASD), indo na contramão do Direito Internacional e da história brasileira em apoiar o fim da colonização e a libertação de todos os povos. A RASD já foi reconhecido por 84 países.
A Resolução 35/19 das nações Unidas reconhece a Frente Polisário como representante legitima do povo saaraui. A frente tem se comportado com admirável coragem e dignidade na luta revolucionária em defesa da autodeterminação, combatendo um inimigo fortemente armado e financiado pelos EUA, França e Israel,
O Reino de Marrocos comete no Saara Ocidental crimes equivalentes aos que os sionistas praticam contra os palestinos ao destruírem cidades, efetuarem prisões em massa e estabelecer assentamentos nas terras saarauis invadidas.
A CTB demanda do governo Lula o reconhecimento da República Árabe Saaraui Democrática. Não podemos admitir a prática do colonialismo em pleno século 21. O direito à autodeterminação dos povos é sagrado e deve ser respeitado por todas as nações em nome da paz mundial e do desenvolvimento pacífico da civilização humana.
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
