Mais um dia sem avanços na mesa de negociação unificada da campanha salarial dos bancários. Na reunião desta quinta-feira (29), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou duas novas propostas com reajustes rebaixados e segmentados por faixa salarial, em uma clara tentativa de dividir a categoria. As duas foram recusadas pelo Comando Nacional dos Bancários e as negociações serão retomadas nesta sexta (30), às 10h, em São Paulo.
“As propostas apresentadas pela Fenaban estão muito distantes dos 5% de ganho real que aprovamos na Conferência Nacional dos Bancários. Nós deixamos claro ainda, que não aceitaremos nenhuma proposta que não contemple aumento real para todos os trabalhadores”, ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.
Os trabalhadores também seguem cobrando a entrega de respostas sobre demais reivindicações, entre elas aumento maior nos vales, melhoria da PLR, combate à terceirização, proteção do emprego bancário, direito à desconexão, suporte aos pais e mães de filhos com deficiência e aos funcionários com deficiência.
O Comando avisou ainda aos representantes da Fenaban, que estará de plantão para negociação até a noite de sexta-feira (30) e depois os dirigentes sindicais voltarão para as suas bases, para preparar as plenárias e assembleias da próxima quarta-feira, 4 de setembro. Até lá, os sindicatos vão continuar mobilizando os trabalhadores e informando os clientes sobre a postura absurda dos bancos.
Os bancos lucraram R$ 145 bilhões no ano passado, se consolidando como o setor mais lucrativo da economia. Apesar disso, querem impor um dos piores reajustes do país aos seus funcionários. Segundo levantamento do Dieese, dos 9.604 setores no país que já firmaram acordos ou convenções, em 2024, apenas 12,8% foram escalonados, ou seja, por faixa salarial, como a Fenaban propôs. Além disso, mais de 85% tiveram aumento real médio de 1,54%, enquanto os bancos querem impor ganhos reais entre 0,09% e 0,23%. Informações: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.