A Comissão Nacional dos Funcionários se reuniu com a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) nesta segunda-feira (26), em São Paulo, para a sétima rodada de negociação específica da campanha salarial 2024. No encontro, o banco deu respostas para algumas reivindicações apresentadas, mas ainda aquém do esperado pelas entidades sindicais.
Algumas questões importantes para o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras do BNB ainda precisam ser debatidas e melhoradas como: a participação nos lucros e resultados (PLR), que o banco diz que depende da Secretaria de Controle de Empresas Estatais (Sest); o Plano de Cargos e Remunerações (PCR), ainda sem minuta da comissão paritária para conhecimento coletivo e discussão entre os membros da comissão; a reclassificação das agências, que implanta, na prática, a renumeração variável para os funcionários e provoca distorções, desmotivando o trabalho nas unidades; o convergente-avaliação de pessoal, que não tem critérios claros e objetivos, provocando injustiças por avaliações subjetivas; plano de funções/concorrências, que não prioriza a competência, mas apresenta indícios de preferência pela escolha pessoal da gestão; dentre outros pontos da pauta que ainda não tiveram uma resposta do banco.
A CTB Bancários, que representa a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Sindicato da Bahia e Sindicato de Sergipe, defendeu e vai continuar defendendo, que a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB oriente um calendário de mobilização especifica no BNB, já partir desta quarta- feira, 28 de agosto, como forma de mobilizar e pressionar o banco para avançar nas propostas.
Neste sentido, a Feebbase orienta os sindicatos filiados a intensificarem as mobilizações também no BNB, na mobilização nacional da categoria, com propostas de mobilizações com paradas parciais, atraso da abertura das unidades, dia de protesto usando preto e diversas ações para mostrar a insatisfação dos funcionários do BNB com o pouco avanço na mesa de negociação.
Na avaliação do diretor da Feebbase e membro da CNFBNB, Waldenir Britto, “é importante que o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras do BNB possam reforçar ainda mais as atividades de campanha nacional da categoria. Se na quarta-feira, não for apresentada na mesa a proposta global, que contemple aquilo que os trabalhadores apresentaram na sua minuta, serão necessárias medidas mais contundentes”.
“Entendo que as propostas apresentadas pelo BNB são insuficientes para se fechar um acordo nacional. Se nossas solicitações não tiverem avanços significativos, é preciso defender na Comissão Nacional do BNB inclusive, a necessidade de deflagar greve pelos nossos direitos !”, concluiu Waldenir Brito.
Confira as propostas apresentadas pelo BNB até o momento:
Trabalho híbrido – O Banco propôs a manutenção da comissão paritária e ampliação de 30% para 50% do percentual de funcionários que podem se beneficiar dessa modalidade nas unidades que são público-alvo.
Comissões Eleitorais Paritárias – Atendendo a uma reivindicação dos trabalhadores, o Banco se comprometeu a constituir comissões eleitorais paritárias quando da eleição de membro da Comissão de Ética e do Conselho de Administração (Caref).
Ausências Abonadas – O Banco propôs a indenização automática das ausências abonadas, caso não sejam utilizadas e nem indenizadas a pedido do funcionário durante a vigência do acordo.
Diversidade – Além da proposta de concessão a todas as mulheres de 17% de bonificação em sua pontuação no Promova-se no quesito “experiência profissional” e participação equânime das mulheres nos processos seletivos, o Banco apresentou a proposta de criação de grupos focais de identidade de gênero e raça/cor, com o objetivo de propiciar uma cultura mais inclusiva.
Saúde e bem-estar – O Banco apresentou também a proposta de compartilhamento da redução da jornada para pais de filhos com deficiência, em caso de ambos serem funcionários da instituição. Além disso, propôs a realização de webinars com o apoio de especialistas em temas como saúde mental da mulher, assédio (moral e sexual), gerenciamento de estresse, mindfulness e meditação, prevenção ao Burnout, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, educação financeira e impactos na saúde mental, cultura de respeito e inclusão.
Além desses temas, o Banco propôs ainda a inclusão de até três dependentes por empregado no Gympass, e o encaminhamento de atestados médicos via sistema, para análise da Central de Saúde, sem qualquer interferência do gestor da unidade, que toma apenas conhecimento do tempo de afastamento do funcionário, evitando quaisquer constrangimentos. Esse último ponto já havia sido anunciado na última rodada de negociação.
Subsídio Alimentar – O Banco permitirá a escolha de uma opção dentre três de empresas fornecedoras disponibilizadas pelo Banco, com pelo menos 20% das escolhas dos funcionários em pesquisa interna prévia.
Formação Bancária – A pedido da Comissão Nacional, a direção do BNB vai incluir cursos relacionados ao assédio moral e sexual na trilha de formação bancária. Além disso, nenhum curso precisará de parecer do gestor da unidade e todos os cursos estarão disponíveis online.
Horas da pandemia – Também atendendo a pedido da representação dos trabalhadores, o Banco aceitou a extensão do prazo para compensação do saldo remanescente de horas do banco da pandemia (Covid) para 31/08/2025.
Auxílios Alimentação e Refeição – O Banco garantiu o crédito dos benefícios relativos ao mês de setembro no final deste mês, mesmo ainda não tendo sido encerradas as negociações para o fechamento da Convenção Coletiva e do acordo aditivo específico.
Uma nova rodada de negociação está marcada para quarta-feira (28), a partir das 16h, na sede do BNB, em São Paulo, com a expectativa de que a representação do Banco avance para uma proposta global para os trabalhadores.
Informações: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.