Neste sábado (24), o estado de São Paulo enfrentou uma crise sem precedentes ao decretar estado de emergência, após registrar um recorde nacional de mais de 2,3 mil focos de incêndio. O alarmante aumento no número de incêndios gerou um cenário de caos, com voos cancelados, instabilidade na internet e evacuação em massa de residentes.
O governo estadual solicitou apoio federal e, em resposta, a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o envio de aeronaves para auxiliar no combate aos incêndios que devastam o interior do estado. A crise também afeta a qualidade de vida da população, com a Defesa Civil e os Bombeiros reportando vários focos de incêndio em diferentes municípios.
Suspeitas de ação humana
Em entrevista ao portal Brasil de Fato, a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, levantou uma “forte suspeita” de que os incêndios possam ter sido provocados por ação humana. A ministra ressaltou que a situação é incomum e que a quantidade de frentes de incêndio em um curto período não é natural. Ela mencionou a possibilidade de um novo “Dia do Fogo,” comparando a situação atual com o caso de 2019, quando fazendeiros no Pará combinaram atear fogo na Amazônia.
No último sábado, dois suspeitos foram detidos em São José do Rio Preto e Batatais. A Polícia Federal anunciou a abertura de 31 investigações para apurar a origem dos incêndios em todo o país.
Impacto da fumaça
O impacto das queimadas se estendeu além das fronteiras de São Paulo. O céu do Triângulo Mineiro, incluindo cidades como Uberlândia e Uberaba, foi tomado por fumaça e poeira, dificultando a respiração e a visibilidade. Brasília, a capital federal, amanheceu coberta por uma densa camada de fumaça, que também afetou outras capitais do Centro-Oeste e do Sudeste, como Goiânia e Belo Horizonte. O Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF) informou que a fumaça, visível até em prédios oficiais como o Congresso Nacional, é exacerbada pelas queimadas em São Paulo e transportada para a região por ventos favoráveis.
A situação continua a se desdobrar, com o governo e as autoridades locais trabalhando para controlar os incêndios e investigar suas origens. A população permanece em alerta enquanto os esforços para combater a crise ambiental e proteger a saúde pública continuam.