CTB participa da Jornada Continental contra as Bases Militares Estrangeiras

A CTB, ao lado de diversas outras entidades ligadas aos movimentos sociais, participou nesta sexta-feira (10), na Câmara Municipal de São Paulo, da Jornada Continental contra as Bases Militares Estrangeiras na América Latina. A iniciativa fez parte de uma série de atividades ocorridas em todo o continente na mesma data, na qual aqueles que lutam contra o imperialismo se uniram em prol da paz na região.

João Batista Lemos, secretário de Relações Internacionais adjunto da CTB, representou a Central e também o Encontro Sindical Nossa América (ESNA) na atividade. Para ele, somente a unidade dos movimentos sociais de todo o continente será capaz de defender os países da região. “Temos que barrar essa ofensiva e defender a paz”, sustentou.

Batista lembrou também o simbolismo da data escolhida para a Jornada. Há exatos 62 anos, era publicada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, marco da luta dos lutadores pela paz em todo o planeta. O dirigente da CTB relatou também que o ingresso do ESNA na campanha se deu por iniciativa do Congresso organizado pela entidade em julho deste ano, em Caracas (Venezuela).

“Não conseguiremos continuar avançando em um ambiente de guerra. Precisamos de paz em nosso continente. Precisamos relacionar cada vez mais esse tema a nossas diferentes lutas”, afirmou Batista, pedindo que todas as diferentes entidades que acompanharam o ato coloquem em suas pautas o enfrentamento ao imperialismo norte-americano.

Nesse sentido, Batista lembrou também da iniciativa do ESNA de realizar um abaixo-assinado contra a instalação de bases militares estrangeiros na Ameerica Latina. O documento pode ser acessado clicando aqui.

Tipos de bases e pretextos

Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), foi responsável por fazer uma exposição que corroborou a análise de Batista. “Lutar contra o imperialismo significa defender nossa soberania e é um dever do internacionalismo popular”, afirmou.

A ativista lembrou que as bases militares dos Estados Unidos fazem parte de uma estratégia mais ampla: a busca da hegemonia mundial. Para alcançar esse propósito, o governo norte-americano mantém ao redor do planeta mais de 800 bases (apenas no Japão existem 133), além das frotas de sua Marinha de Guerra, espalhadas por todos os oceanos.

Socorro explicou que existem quatro tipos de bases militares espalhadas pelo planeta:

– Grandes, como a de Guantánamo, em Cuba;
– Médias, como as existentes na Colômbia;
– Pequenas, utilizadas para monitoramento e logística;
– Micro, mais utilizadas para pousos.

Há diferentes pretextos utilizados pelos Estados Unidos para justificar a instalação de bases em diferentes partes do mundo: risco de terrorismo, combate ao tráfico de drogas e cuidado sobre o meio ambiente são algumas das explicações mais comuns, de acordo com a presidente do Cebrapaz.

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Ao se referir especificamente à América Latina, Socorro lembrou que as bases atualmente instaladas no continente formam um cerco. Pretextos à parte, são três os reais motivos para tamanho interesse dos Estados Unidos na região: político (devido a países como Cuba e Venezuela), energético (por conta de riquezas como os diferentes minérios e, mais recentemente, pela descoberta do Pré-sal) e também por seu velho interesse na biodiversidade encontrada na Amazônia.

Diante desse cenário, a presidente do Cebrapaz faz um alerta: “A agressão é da natureza do imperialismo, assim como a opressão e o surgimento da miséria”. No entanto, sua mensagem final foi otimista: “Se é verdade que o imperialismo é forte, a história mostra que esse tipo de poder já foi derrotado em outras ocasiões”.

Militarização e governo Dilma

O companheiro Quima, da Via Campesina, relembrou de importantes debates realizados ao longo do ano com a mesma temática, com destaque para o Fórum Social das Américas. Ele sublinhou também a importância de todos os latino-americanos se solidarizarem aos lutadores colombianos, pelo convívio direto junto aos militares imperialistas. “A militarização implica na criminalização dos movimentos sociais”, denunciou.

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Analu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres, lembrou que a violência de gênero nas regiões em que se dá a militarização é intensa. Em tom critico, cobrou do novo governo brasileiro uma firme posição sobre o tema. “Será preciso atuar de maneira mais forte. Dilma Rousseff terá que enfrentar isso”, cobrou.

Fernando Damasceno – Portal CTB
(Fotos: Cinthia Ribas)

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