Neste ano eleitoral, 9ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo ressalta a importância de mais representatividade
As últimas eleições, em 2020, garantiram para a Câmara da capital paulista um número recorde de mulheres negras – foram seis vereadoras eleitas, num total de 55 parlamentares. No entanto, ainda há muito espaço a ser conquistado, como avalia a professora Monici Oliveira.
“Ainda não é um número expressivo o suficiente. Além disso, tem a questão de que nem todas as mulheres negras que estão defendem a pauta das mulheres negras”, diz.
Outro tema debatido na marcha foi o racismo ambiental, uma das consequências da pouca representatividade política. Em tempos de crise climática, o tema ganha centralidade e urgência. “Quando tem qualquer catástrofe ambiental, é a população negra que mais sofre, porque eles estão na periferia, que são renegadas de políticas públicas de saneamento e moradia”, ressalta Vânia.
Abrangente, a marcha acolhe uma diversidade de pautas, tendo como temas centrais a justiça climática, reprodutiva, educacional, social e racial. Participante desde a primeira edição do evento, realizado em 2015, a escritora Waldete Tristão celebra a amplificação do movimento. “Eu tenho a impressão que aumenta o número de participantes a cada ano e que as pessoas estão compreendendo mais qual é o objetivo dessa marcha”, avalia a participante, que celebra a pluralidade de pautas, para /’fortalecer o direito da mulher negra, lutar contra o machismo, o sexismo, pensar nas pautas de mulheres negras”.
A 9ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo integra o calendário do Julho das Pretas, com atividades organizado por todo o mês pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira.
Informações: Brasil de Fato.