No dia 9 de julho é comemorado o Dia da Luta Operária na cidade de São Paulo. Essa data foi instituída pela Lei municipal nº 16.634/17, em memória da Greve Geral de 1917 e anualmente as centrais sindicais promovem um ato em homenagem aos operários para celebrar essa data. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), esteve presente com o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, o vice-presidente Renê Vicente, o secretário-geral, Ronaldo Leite, o secretário de Relações Internacionais da CTB, Nivaldo Santana e Carlos Muller, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB.
Homenagem ao Severino Almeida
O fundador e ex-presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (SINDMAR) e fundador da CTB, Severino Almeida Filho, falecido em 2022, teve uma homenagem póstuma recebida por familiares e pela CTB.
Em depoimento, Adilson Araújo destacou o espírito coletivo de luta de Severino. “Para a CTB rememorar os nossos entes queridos é muito importante para a vida e história da classe trabalhadora Brasil. O Ato do 9 de julho, que homenageia tantas outras lideranças do movimento sindical, reproduziu o espírito coletivo de luta de Severino Almeida Filho quando grafou: “Temos que navegar juntos, para não perdermos o que com muita luta conquistamos. Um Sindicato Forte, eficiente e reconhecido externamente é a única garantia que nos restou diante da sanha patronal de desmantelamento dos direitos e da própria noção e do valor do trabalho e do emprego. O Sindicato é um patrimônio de cada um de nós e de todos, As Trabalhadoras E Trabalhadores. Unidade e luta!”, enfatizou o presidente.
O secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, presidente do Sindmar e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf), Carlos Müller, também falou da importância e do legado do líder sindical. “Severino Almeida é sempre lembrado como o maior líder sindical marítimo da nossa época e com muita razão. Ele se destacou na sua atuação nacional e internacional. Sendo um dos fundadores da CTB. Foi um dos trabalhadores que participaram da redação final da Convenção do Trabalho Marítimo em Genebra, em 2006, que é uma referência porque sistematizou e reuniu mais de 70 instrumentos da OIT, numa única convenção, para avançar os trabalhadores que atualmente trabalham no setor mais globalizado da atividade econômica, que é a navegação. Severino teve uma participação muito importante na defesa do sistema confederativo e da unicidade sindical, essas são sem dúvida nenhuma as maiores marcas, e são também pontos que fazem parte da atuação da CTB, que ela defende como itens necessários para um sindicalismo forte, representativo e de luta. Eu deixo aqui palavras do nosso querido Severino Almeida, essa frase está marcada na sede da CTB em uma placa que registra a contribuição que ele deixou e diz o seguinte: ‘Temos que navegar juntos, companheiros e companheiras, para manter aquilo que com muita luta nós conquistamos. O sindicato é patrimônio de cada um de nós e de cada um dos trabalhadores que nós representamos’. Severino, presente, unidade e luta, companheiros”, disse Carlos Muller.
Enquanto refletiu sobre o painel que celebra a luta dos trabalhadores, Rene Vicente também lembrou da importância da solidariedade com o povo palestino.”Esse painel que está atrás de nós é a história de Severino, Maria, João, Clemente… e de toda a classe trabalhadora que junta luta por um Brasil mais humano, fraterno e solidário. E o internacionalismo proletário também faz parte dessa luta. Eu gostaria de lembrar aqui a luta do povo palestino, que infelizmente está sofrendo um genocídio há mais de 40 mil mortos, crianças, mulheres e idosos que estão sendo mortos pelo imperialismo americano através de Israel, seu braço no Oriente. Então, nossa total solidariedade a esse povo que está lutando. Free Palestine e Severino presente”, finalizou Rene Vicente.
Homenageados
O Dia da Luta Operária, celebrado desde 2017 em memória dos 100 anos da greve de 1917, é uma ocasião para refletir sobre a história do movimento sindical e os avanços e retrocessos da classe trabalhadora, segundo a jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical, Carolina Maria Ruy.“É um momento para pensar na evolução dos direitos dos trabalhadores e na memória das lutas passadas,” afirma Carolina.
Neste ano, o Troféu ‘José Martinez’ foi concedido a Maria Maeno, médica e pesquisadora em segurança no trabalho, e a Carlos Aparício Clemente, sindicalista e metalúrgico.
Além disso, foram homenageados póstumamente Clodesmidt Riani (ex-presidente da CNTI e CGT) e Valdir Vicente De Barros (ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e fundador da UGT), e Isabel Peres (fundadora da Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura** recebeu uma placa de agradecimento.
A cerimônia também celebrou os 100 anos da Revolta Tenentista de 1924 e os 60 anos do golpe militar.