Na manhã desta terça-feira (18), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), juntamente com outras centrais sindicais como UGT, CUT, CSB, Força Sindical, A Pública e Intersindical-Central da Classe Trabalhadora, realizaram um ato em frente à sede do Banco Central (BC), localizada na Avenida Paulista nº 1804. O protesto teve como objetivo expressar preocupação e exigir mudanças na política monetária do país.
O presidente da CTB-SP, Rêne Vicente, destacou a importância do ato unificado das centrais sindicais, enfatizando que ele marca um posicionamento claro contra a atual política de taxas de juros elevadas. “Estamos aqui pelo ‘fora Roberto Campos Neto’ e por uma política desenvolvimentista que priorize juros baixos, valorização do trabalho, geração de emprego e distribuição de renda”, declarou Rêne.
“A situação está muito grave. O Ministro da Fazenda, está preferindo o Banco Central do que os trabalhadores. Digo isso porque nos últimos 12 meses foi destinado ao capital financeiro nacional 770 bilhões de reais. Foi feita pelo Haddad e destinou 1,73 trilhões para o sistema financeiro, além disso, ele está lutando pelo déficit 0, tirar zero da educação, saúde e pobres para dar aos banqueiros internacionais. Isso não está correto. Se esse quadro não mudar, certamente nossos inimigos vão querer voltar para o governo federal. Então é necessário derrubar essas taxas de juros”, disse Ubiraci Dantas, vice-presidente da CTB.
A queda da taxa básica de juros, conhecida como Selic, tem sido uma pauta central das centrais sindicais representadas no ato. Atualmente fixada em 10,50%, a Selic está entre as mais altas do mundo, o que segundo os manifestantes, prejudica o desenvolvimento econômico e social do país. Desde agosto do ano passado, a taxa vinha sendo reduzida em meio ponto percentual a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, na última decisão de maio, a queda foi de apenas 0,25%, o que gerou críticas e motivou novas manifestações como a de hoje.
O Copom terá uma nova reunião nos dias 18 e 19 de junho para decidir sobre a nova taxa de juros, momento crucial para o posicionamento das centrais sindicais e demais setores da sociedade civil organizada interessados na política econômica do país.
A expectativa é que a mobilização de hoje sirva como pressão adicional para que o Banco Central considere os impactos sociais da política monetária e opte por medidas que promovam não apenas a estabilidade econômica, mas também o bem-estar da população brasileira.