A Vale foi incorporada à lista suja das empresas que exploram trabalho escravo

Orientados por interesses escusos e armados com um discurso falso de Estado mínimo a direita e a extrema direita neoliberais, depois de entregarem aos grandes capitalistas boa parte do patrimônio público nacional, conspiram agora para privatizar as praias brasileiras. Mas, a vida , com apagões e crimes ambientais, nos ensina que a receita deles é falsa e venenosa.

A privatização da Vale é um exemplo dos danos ao país e à Natureza provocados pela privatização. Ela foi entregue aos capitalistas no governo do tucano neoliberal Fernando Henrique Cardoso, em maio de 1997, pela bagatela de R$ 3,3 bilhões, um preço pelo menos quatro vezes menor do que o valor da mineradora à época, uma quantia que os proprietários reembolsam com o lucro auferido em apenas um trimestre. Foi um negócio em família, de pai para filho.

Nas mãos dos capitalistas, cuja razão primeira e última é o lucro, a empresa já praticou dois grandes crimes ambientais, nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho, e na quinta-feira (6) foi incluída na ‘lista suja’ do trabalho escravo, elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),

A mais recente atualização da lista inclui a mineradora por conta de um episódio registrado em 2015, quando 309 pessoas foram resgatadas na Mina do Pico, em Itabirito (MG). As vítimas eram motoristas de uma empresa terceirizada que trabalhavam para a Vale transportando minério.

A inclusão da mineradora na lista foi noticiada pelo jornalista Leonardo Sakamoto, do Uol e da Repórter Brasil. A equipe de trabalho de Sakamoto acompanhou o caso na época em que aconteceu. Foram encontrados banheiros em condições tão insalubres que os trabalhadores eram obrigados a fazer suas necessidades na estrada.

Entre os episódios registrado pela repórter Ana Aranha estava o de um motorista que trabalhou por 23 horas, tendo um intervalo de apenas 40 minutos nesse período. Outro teve uma escala de trabalho de 29 dias consecutivos, sem folga, entre 14 de dezembro e 11 de janeiro (ou seja, incluindo os feriados de Natal e Ano Novo). Quem denunciava as condições era ameaçado.

A Vale alega que a inclusão não é correta devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), publicada no último dia 9 de maio, reconhecendo a “impossibilidade de manutenção dos autos de infração lavrados durante a fiscalização do Ministério do Trabalho em 2015”. A empresa afirmou ainda que, após o registro do caso, rompeu o contrato com a terceirizada.

O fato é que este não é o único crime praticado pela empresa após a privatização, que se revelou um desastre para a sociedade e o meio ambiente no Brasil.

Com informações do Brasil de Fato

Foto: bombeiros em trabalho de resgate em Brumadinhos (MG), onde morreram pelo menos 270 pessoas. Divulgação

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