Com o tema “Unidade e democracia”, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Indústria da Construção e da Madeira da Bahia e Sergipe (FETRACOM-BASE) iniciou, nesta quarta-feira (22), o seu XI Congresso Interestadual. Durante dois dias, no Grande Hotel da Barra, em Salvador, mais de 100 delegados, debatem temas importantes. O evento teve a presença de dirigentes internacionais de entidades da construção civil do Uruguai, Chile, Colômbia e Peru, além dos dirigentes da CUT, Antônio Ubirajara, e Emerson Gomes, da Força Sindical. E contou com uma performance cultural da ativista Lívia Ferreira.
O presidente da FETRACOM-BASE, Edson Cruz, reforçou que unidade e democracia são essenciais para reconstruir o Brasil, defender direitos e construir uma sociedade mais justa socialmente. “Com o governo Lula, as coisas já estão melhorando para o nosso povo. O setor da construção se desenvolve com o retorno de milhares de obras que estavam paradas e o Minha Casa Minha Vida. O governo é avançado, mas o Congresso é conservador, exigindo muita luta nossa. Teremos eleições em outubro e vamos fazer esse debate com a categoria, pois precisamos eleger candidatos do nosso campo”, destacou.
Chegando do ato das centrais, em Brasília, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, ressaltou que os movimentos sociais retomam as mobilizações. “Além do nosso ato, teve o Grito da Terra Brasil, com boa participação dos sindicatos. É reflexo do novo momento no País com o governo Lula. Precisamos reforçar nossa organização e ação política para fazer o governo avançar mais. Por isso, precisamos ocupar mais espaço político e as eleições de outubro preparam as eleições nacionais em 2026. Precisamos eleger quem tem compromisso com a classe trabalhadora”, enfatizou.
Na abertura, a presidenta da FLEMACOM (Federação internacional da categoria), Lúcia Maia destacou o esforço das entidades para a construção do Congresso. “É mais um espaço de democracia interna da Federação para planejar suas ações nos dois estados”, afirmou e pediu um minuto de silêncio em homenagem ao povo palestino, que sofre com o massacre de Israel, e ao povo gaúcho, atingido pelas enchentes.
LUTA POLÍTICA
Em sua saudação, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) exaltou a força dos operários e operárias da construção. “Tudo que é construído em nossa sociedade passa pelas mãos de vocês, que merecem mais valorização. Não dá para construir tanto e ter tão pouco. A eleição de Lula foi importante e já vemos mudanças para os trabalhadores. As obras que estão sendo retomadas ajudam o setor da construção e as lutas dos sindicatos. É preciso reforçar a conscientização do nosso povo para elegermos mais políticos que defendam quem mais precisa”, frisou.
Segundo o dirigente nacional da CTB, Pascoal Carneiro, o momento ainda é difícil para o sindicalismo. “Não podemos ter memória curta e esquecer que o Ministério Público do Trabalho atuou contra o financiamento dos sindicatos em vários momentos. É importante apoiar o governo Lula, mas dizer que ele nos deve duas coisas importantes: leis para o retorno do financiamento sindical e a volta da ultratividade das convenções coletivas. Além disso, não pode acelerar benefícios para o capital e ser lento para tratar algumas pautas da classe trabalhadora”, ponderou.
A dirigente do PCdoB de Salvador e do SindsaúdeBA, Aladilce Souza, lembrou que várias lideranças da construção civil se destacam na luta política. “É importante reforçar a organização e a unidade dos sindicatos e suas categorias para conquistar uma vida melhor, combinando a luta econômica com a luta política na sociedade”, destacou.
UNIÃO NA LUTA
Falando em nome dos dirigentes internacionais, Daniel Develho e Jorge Santos reafirmaram a importância da unidade dos trabalhadores e das trabalhadoras no continente latinoamericano para resistir aos ataques da extrema direita em vários países.
Presidente do SINTRACOM-BA, Carlos Silva destacou a boa presença de dirigentes no Congresso. “É bom ver o auditório cheio de lideranças da construção para debater temas importantes e construir nossa luta. O momento é propício com o governo Lula. As campanhas salariais estão melhores, com os sindicatos conquistando ganho real. Esse congresso é para reforçar nossa unidade na luta”, pontuou.
Na mesma linha, a presidenta do Sindicato de Juazeiro, Luciene Santos, e o presidente do Sindicato de Sergipe, Raimundo Reis, defenderam a importância da unidade da categoria nos dois estados para as lutas futuras. Ao falar em nome da UNEGRO (União de Negros pela Igualdade), Jerônimo Silva Júnior reforçou a parceria com os sindicatos para tratar e combater o racismo no mercado de trabalho e toda forma de discriminação na sociedade.
Informações: CTB-BA.