Por: Anderson Pereira.
O ano é 2017. O então presidente Michel Temer, com o apoio do Congresso Nacional, aprovou a reforma Trabalhista. Ele disse que era preciso “modernizar” as relações de trabalho para aumentar o número de vagas de emprego. Passados sete anos, a realidade é bem diferente.
Dados divulgados na terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, apesar do país ter gerado 719 mil vagas de trabalho formal no primeiro trimestre deste ano e a taxa de desemprego ter caído a 7,9% – a menor para os primeiros três meses desde 2014 – o percentual de trabalhadores informais manteve-se praticamente inalterado de 2023 para 2024: de 39% para 38,9%.
Agora, o ano é 2019. O então presidente Jair Bolsonaro, com o apoio do Congresso Nacional, aprovou a reforma da Previdência. O então chefe do Executivo dizia que era preciso reduzir o déficit da previdência. Na prática, a “reforma” da Previdência substituiu o tempo de serviço pelo tempo de contribuição, ou seja, tornou a aposentadora mais difícil para os trabalhadores.
Já os grandes devedores do INSS, não foram citados pelo governo na época. A maioria é de empresas privadas. Informações da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) revelaram que o país renuncia a mais de R$ 1 trilhão ao deixar de cobrá-los. O Bradesco, por exemplo, devia R$ 465 milhões; a mineradora Vale, R$ 275 milhões; a empresa de carnes Friboi, do grupo JBS, R$ 1,8 bilhão.
Os donos do capital ficaram mais ricos às custas da exploração da classe trabalhadora que, mais uma vez, pagou a conta e sofre com baixos salários e trabalho precário. No 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, movimentos sociais, sindicais e estudantes foram às ruas de todo o país pedir a revogação das reformas trabalhista e previdenciária.
Em Belo Horizonte, além da suspensão das reformas, os manifestantes pediram também a saída do governador Romeu Zema. O Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (SAAEMG) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MG) participaram do evento.
Zema tenta, desde que assumiu o cargo, privatizar várias empresas públicas como a CEMIG e a Copasa. Estados que privatizaram água e energia viram o serviço piorar e a conta subir. Isso ele não conta. Empresas privadas visam o lucro. Essa é a lógica do capitalismo, que hoje defende, em nome do “Deus” mercado, o fim dos direitos trabalhistas, dos sindicatos, a exclusão social e a destruição do meio ambiente.
É preciso revogar as reformas trabalhista, previdenciária e afastar do poder políticos que se beneficiam desse sistema perverso. Mas só isso não basta. É preciso também construir as bases de uma nova sociedade, baseada na solidariedade e no bem comum. O caminho para alcançar esse objetivo passa pelo socialismo.