Trabalho obrigatório para desempregados gera polêmica no Reino Unido

O ministro britânico do Trabalho, Ian Duncan Smith, defendeu nesta terça-feira (9/11) um polêmico projeto obrigatório para os desempregados como “uma forma de reparar vidas partidas” e “estimular a autoestima”.

O projeto, que deve ser detalhado na próxima quinta-feira, visa a pôr novamente a trabalhar os desempregados durante 30 horas semanais por quatro semanas no âmbito de programas municipais, como coleta de folhas caídas das árvores ou jardinagem.

Esses programas serão obrigatórios e os desempregados que se negarem a segui-los perderão o subsídio de desemprego por pelo menos três meses.

O objetivo é pôr para trabalhar as pessoas que vivem dos subsídios ou que trabalham na informalidade, e devolver uma ética do trabalho aos que estão desempregados há muito tempo, explicou o ministério.

No entanto, o projeto tem sido criticado até pela Igreja anglicana. “Estou muito preocupado. Não acho que seja justo”, disse o líder desta Igreja, o arcebispo de Canterbury Rowan Williams. “As pessoas que lutam para encontrar um trabalho e que lutam por um futuro seguro são arrastadas ainda mais para uma espiral de incerteza, e inclusive de desespero quando submetidas a uma pressão assim”, acrescentou.

A imprensa conservadora criticou Williams que, segundo o Times mostra uma “paixão” desproporcional sobre o tema, e o próprio Ian Duncan Smith respondeu aos ataques no Daily Mail.

“Cinco milhões de pessoas em idade de trabalhar estão desempregadas, entre elas 1,5 milhão, há dez anos”, lembrou.

“Pedir a alguém que está sem trabalho há tempos que participe de um programa de trabalho para estimular sua autoestima não é uma receita de desespero, mas uma forma de reparar vidas partidas”, destacou o ministro.

Fonte: France Presse

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