Nesta sexta-feira (15), entidades integrantes do Fórum em Defesa da Retomada da Construção Naval uniram-se, no Rio de Janeiro, em uma mobilização crucial pela recuperação do setor e contra os afretamentos exagerados de navios estrangeiros pela Petrobras. Trabalhadores das categorias dos metalúrgicos, marítimos e petroleiros expressaram grande preocupação com o risco iminente de o Brasil se tornar dependente de outros países, evidenciando a necessidade urgente de valorizar a Marinha Mercante Nacional para o transporte de petróleo e combustíveis em águas brasileiras.
Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros, enfatizou a promessa do presidente Lula, feita durante o lançamento do Novo PAC, de revitalizar os estaleiros brasileiros e impulsionar a indústria naval. No entanto, Bacelar lamentou a persistência de obstáculos dentro da estrutura da Petrobras, que minam a execução desses planos ambiciosos.”Estamos aqui hoje para exigir mudanças na alta administração da Petrobras e para pressionar a empresa a retomar as grandes encomendas no país, acabando com os afretamentos excessivos que prejudicam a indústria naval brasileira”, declarou Deyvid durante o protesto.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ressaltou a necessidade de uma abordagem mais enérgica para enfrentar os desafios que ameaçam a soberania nacional e o desenvolvimento econômico. “Não é suficiente o presidente anunciar bilhões em investimentos. Precisamos garantir que a Petrobras não seja dominada por interesses que comprometam o futuro do país”, afirmou o presidente da CTB, defendendo a opção pela radicalização na defesa dos direitos dos trabalhadores e da indústria nacional.
A mobilização representa um chamado urgente para ações concretas por parte do governo, da Petrobras e de outras partes interessadas, visando resgatar a capacidade produtiva da indústria naval brasileira e garantir sua relevância estratégica para o país.