Entidades sindicais convocam para ato na Petrobrás em defesa da indústria naval brasileira sexta-feira (15)

Foto: divulgação.

Nesta sexta-feira (15), dirigentes de entidades sindicais representativas da indústria e dos trabalhadores metalúrgicos, marítimos e petroleiros estão convocando para um ato em defesa da indústria naval brasileira. O evento visa protestar contra o afretamento sem limites de navios estrangeiros, uma prática que tem causado preocupação e indignação no setor. O local escolhido para o ato é a sede da Petrobras, situada na Avenida Henrique Valadares 28, no Centro do Rio de Janeiro.

O Fórum, composto por diversas entidades, expressa sua preocupação com a preferência da Petrobras pela contratação de serviços de navios estrangeiros, em detrimento da indústria nacional. Essas contratações, destacam os representantes sindicais, têm sido realizadas exclusivamente por empresas estrangeiras, como evidenciado recentemente nas negociações para adquirir navios-tanque com sistema de posicionamento dinâmico (DPST) construídos na China e na Coreia do Sul.

 

Essa prática contraria as diretrizes do governo federal e os dispositivos da Lei do Petróleo (Lei 9.478/1997), que estipulam que as atividades de construção e operação de embarcações para o transporte de petróleo e derivados devem ser conduzidas pela subsidiária da Petrobras, a Transpetro.

Carlos Müller, presidente do Sindmar, ressaltou durante o encontro a preocupação expressa em um relatório da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que revela a alta dependência do Brasil de outras nações no transporte marítimo de petróleo. Apenas 4% do petróleo e do gás produzidos em águas nacionais são transportados em navios de bandeira brasileira, um número consideravelmente baixo em comparação com outros segmentos do setor.

Deyvid Bacelar, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), apontou a falta de coordenação do poder executivo para tratar da questão de forma eficaz. Bacelar destacou a necessidade de uma abordagem mais coordenada por parte do governo para garantir o cumprimento do conteúdo local pelas empresas no país.

Paulo Farias (Paulinho), presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ), criticou o desinteresse dos governos locais na retomada da indústria naval, especialmente diante do alto índice de desemprego no estado.

Embora o governo tenha lançado um programa em janeiro com o objetivo de fomentar a indústria naval brasileira, com um investimento de R$ 2 bilhões provenientes do Fundo de Marinha Mercante (FMM), os sindicatos expressam que o programa não está focado na construção de navios. Ele visa atuar em outras áreas, como planejamento espacial marinho, incentivos à inovação e infraestrutura portuária.

Carlos Müller enfatiza a necessidade de uma postura mais firme do governo em relação à Petrobras, cobrando o cumprimento de suas responsabilidades na construção e operação de navios no Brasil.

Além do compromisso com a organização da manifestação coletiva no dia 15 de março em frente à sede da Petrobras, os integrantes do Fórum aprovaram a entrega de um manifesto com propostas para a recuperação da indústria naval do Brasil ao presidente Lula.

 

Com informações: Sindmar.

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