Para Moniz Bandeira, Kirchner tirou a Argentina do abismo

Falecido após uma parada cardiorrespiratória nesta quarta-feira (27), o ex-presidente argentino Néstor Kirchner é reverenciado e homenageado em diversas partes do mundo. Com toda a razão, na opinião do cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira.

“Um grande presidente. Tirou a Argentina do abismo em que foi lançada pelas políticas neoliberais dos governos de Carlos Menem”, avaliou o especialista em diplomacia na América do Sul, sobre o mandato que vigorou entre 2003 e 2007.

Opositor da ditadura militar no seu país, Kirchner militou na política desde jovem. Atualmente era deputado federal e secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), além de marido da sua sucessora na presidência da República, Cristina Fernández Kirchner.

“Ao promover a recuperação econômica da Argentina, deixou uma indelével marca na história do seu país e também muito contribuiu para a integração da América do Sul, aliada ao Brasil”, acrescenta Moniz Bandeira.

Para ele, o país vizinho, parceiro fundamental, não deve ter afetadas suas ligações com os brasileiros. “O falecimento de Kirchner não interfere nas relações entre o Brasil e a Argentina. São relações estratégicas, que convém aos dois países”, avalia.

Confira a entrevista de Moniz ao Terra Magazine:

O que deve se esperar das condições políticas na Argentina após a morte do ex-presidente Néstor Kirchner?
Néstor Kirchner foi um grande presidente. Tirou a Argentina do abismo em que foi lançada pelas políticas neoliberais dos governos de Carlos Menem. Seu falecimento, decerto, muda o quadro político da Argentina, mas, nas pesquisas, sua esposa, a presidente Cristina Kirchner, está com dois pontos (percentuais) à frente. Agora é quase certo que ela seja outra vez candidata e, se eleita, dê continuidade aos esforço de recuperação da Argentina.

Que marca o ex-presidente deixa para seu país e para a América do Sul?
Kirchner, ao promover a recuperação econômica da Argentina, deixou uma indelével marca na história do seu país e também muito contribuiu para a integração da América do Sul, aliada ao Brasil, inclusive na oposição ao estabelecimento da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) que os Estados Unidos pretendiam implantar para colonizar a região, como já faz no Peru e na Colômbia.

Como o falecimento de Kirchner interfere nas relações entre Brasil e Argentina?
O falecimento de Kirchner não interfere nas relações entre o Brasil e a Argentina. São relações estratégicas, que convém aos dois países. Ademais, para resgatar seu parque industrial, destruído pelas ditaduras militares e pelas políticas neoliberais de Menem e De la Rúa, a Argentina terá de aprofundar uma integração das cadeias produtivas com o Brasil.

Fonte: Terra Magazine

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