Um dos principais obstáculos ao desenvolvimento nacional, a política monetária adotada pelo Banco Central “independente” sob a presidência do bolsonarista Roberto Campos Neto vem despertando fortes críticas em amplos setores da sociedade. A CTB e as demais centrais sindicais realizaram várias manifestações exigindo reduções mais substanciais da Selic, a taxa básica de juros no Brasil.
Os representantes da classe trabalhadora não estão sozinhos nesta briga. Empresários do setor produtivo, bem como os do comércio, manifestam preocupação semelhante e engrossam o coro dos críticos da atual política monetária.
É o caso do presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, que reagiu de forma vigorosa à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de cortar em apenas meio ponto percentual a taxa básica de juros: de 11,75% ao ano para 11,25%.
Para Alban, o corte é “excessivamente conservador” e “injustificável”
“É necessária e desejável maior agressividade do Copom para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e consumidores”, avaliou o líder da CNI. “Sem essa mudança urgente de postura, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas principalmente os brasileiros, com menos emprego e renda.”
No mesmo diapasão, o presidente da CTB, Adilson Araújo, observou que, sob a aparência de neutralidade e independência, “os juros altos servem, na verdade, aos interesses dos grandes bancos e rentistas. O Brasil pratica hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo e isto não deve ser naturalizado, é um absurdo que só responde a uma razão: enriquecer ainda mais um restrito grupos de parasitas que nada produzem e vivem à base dos juros. A luta pela redução dos juros no Brasil é fundamental”, complementou o sindicalista.
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