Cerca de 261 delegados e delegadas encerraram, nesta sexta-feira (15), o 4º Conselho Estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil da Bahia (CTB-BA), reafirmando a força da Central no estado. Durante dois dias, os dirigentes sindicais de diversas categorias, urbanas e rurais, debateram temas como reindustrialização, desafios do sindicalismo, negociações coletivas e organização sindical.
A plenária final aprovou moções e sugestões ao documento base, além de eleger a delegação baiana para participar do 4º Conselho Nacional da CTB, em novembro de 2023, na cidade de Belém do Pará. “Quero agradecer a Ailton Araújo, o coordenador desse Conselho, nossas assessoras Jurema e Rayana pela força no apoio e, em nome delas, agradecer a todos que nos ajudaram construir esse evento. A participação expressiva dos dirigentes e os debates mostram a força da Central no estado e sua importância na formulação das políticas da CTB Nacional”, disse a presidenta Rosa de Souza.
Ao abordar o tema “Industrialização na Bahia e seus impactos para geração de emprego”, o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do estado da Bahia, Davidson Magalhães ressaltou que os governos Temer e Bolsonaro não se preocuparam com o tema e causaram queda na renda dos trabalhadores e aumento da informalidade.
“A Bahia ainda tem problemas estruturais históricos. Muitas cidades pequenas causam dificuldades para implantação de polos industriais. É importante intensificar iniciativas de desenvolvimento regional nos 17 territórios de identidade, dentro de uma política nacional de desenvolvimento, com novos padrões tecnológicos e industriais. Isso combinado com a valorização do trabalho”, pontuou citando dados e destacando a necessidade de as centrais ocuparem espaços de debates e decisões sobre o tema.
DESAFIOS E ORGANIZAÇÃO
Tratando dos desafios da atualidade, o presidente nacional da CTB Adilson Araújo enfatizou a importância do movimento sindical entender o cenário positivo e atuar para fazer o governo Lula reverter a precarização do trabalho. “Temos que mobilizar as categorias para exigir mais direitos e reforçar as lutas políticas lideradas pelas centrais e os movimentos sociais. Não há contradição entre apoiar o projeto conduzido por Lula, em uma frente ampla, e desenvolver lutas por mudanças”, afirmou.
Segundo o dirigente, o movimento sindical sempre jogou papel para transformar realidades difíceis e precisa aprimorar sua organização para esse cenário promissor, mas de grande complexidade. “Temos um governo do campo da esquerda, mas um Congresso mais conservador. Só com a mobilização da sociedade e da classe trabalhadora, vamos reverter a correlação de forças”, enfatizou.
Na abordagem sobre organização sindical dos classistas, o secretário geral Ronaldo Leite lembrou que o sindicalismo vive uma realidade de 9%, em média, de sindicalizados nas categorias. “Claro que a reforma trabalhista contribuiu, pois ampliou a informalidade e a precarização do trabalho e dos direitos. Por isso, a CTB está atuando no Grupo de Trabalho (GT) criado pelo governo Lula para rever pontos da reforma, fortalecendo os sindicatos com a contribuição negocial e a negociação coletiva. Precisamos evoluir no GT para consenso com as entidades patronais, pois se for para esse Congresso conservador, não passa nada”, ponderou.
NEGOCIAÇÕES E SAUDAÇÕES
A coordenadora técnica do Dieese, Ana Georgina, apresentou dados que mostram que o cenário das negociações salariais melhorou muito com o governo Lula. “Entre as causas estão as políticas que fizeram a inflação cair e garantir reajustes com ganho real, o mercado de trabalho que melhorou e a valorização do salário mínimo, que impacta positivamente as negociações. Com a projeção de mais um ano com crescimento do PIB, as negociações em 2024 prometem ser ainda mais positivas”, destacou.
Durante essas mesas, fizeram saudações Wilmaci Oliveira (presidenta do Sindicato dos Servidores, vereadora em Itabuna e dirigente da CTB Bahia), Marisa Alves (dirigente da FETAG-BA e secretaria de Juventude da CTB Bahia) e Vânia Marques (vice-presidenta da FETAG-BA e dirigente da Contag).
“É muito importante a Central reunir os dirigentes para construir coletivamente as ações do sindicalismo classista. Isso prepara melhor nossas entidades para a luta”, disse Wilmaci. “Os problemas trabalhistas afetam em maior grau a juventude trabalhadora e o êxodo rural impacta os jovens da zona rural. Nossos sindicatos precisam tratar as demandas dos jovens em suas categorias”, afirmou Marisa. “Estreitar a relação entre FETAG, Contag e CTB é fortalecer a unidade do movimento sindical do campo e da cidade na construção de uma sociedade mais justa socialmente”, enfatizou Vânia. Informações: CTB-BA.