O 14º Congresso do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Consinpro) concentrou-se nas pautas essenciais para o setor educacional privado. Realizado em Belo Horizonte nos dias 25 e 26, o evento reuniu educadores de todo o estado, delineando estratégias para garantir a excelência do ensino, o prestígio dos professores e os direitos trabalhistas. Além disso, a sustentação financeira do sindicato e a defesa dos trabalhadores foram temas centrais.
Explorando o cenário político e econômico
O encontro foi marcado por discursos inspiradores e análises perspicazes. O coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis, abriu o sábado com uma avaliação do panorama político e econômico global. Enfatizando a crise no sistema capitalista e a instabilidade resultante da mudança geopolítica, ele apontou para a ascensão de nações além dos Estados Unidos.
No contexto brasileiro, Reis destacou a vitória eleitoral significativa, mas contraditória, contra forças ultraliberais e conservadoras. Ele sublinhou a necessidade de fortalecer as lutas populares para transformar as dinâmicas políticas e reequilibrar as forças.
Radiografia da educação privada em Minas Gerais
Fernando Duarte, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentou um perfil detalhado dos professores de instituições de ensino privadas em Minas Gerais. Baseando-se em dados do Ministério do Trabalho, o estudo revelou que a remuneração média dos professores é de R$ 3003,24, com disparidades salariais entre gêneros e carga horária.
Essas informações são cruciais para a formulação de estratégias de luta, conforme destacado pela presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), Valéria Morato.
Desafios no setor privado de ensino
A tarde trouxe uma análise do setor privado de ensino no Brasil pela coordenadora da secretaria-geral da Contee, Madalena Guasco. Ela ressaltou a influência da educação privada na definição das políticas públicas educacionais, observando a ausência de um Sistema Nacional de Educação devido à resistência do setor privado.
Guasco também apontou para a entrada de capital aberto na educação a partir de 2005, o que resultou em mudanças significativas. Cerca de 80% das matrículas no ensino superior estão nas mãos do setor privado, com quatro grupos de capital aberto controlando 75% delas. Essa mudança, segundo ela, afetou a estrutura dos cursos e a profissão docente, priorizando a rentabilidade.
Avanços e desafios futuros
Madalena Guasco destacou a exploração do avanço tecnológico na educação para aumentar os lucros e reduzir os custos do trabalho, levando a uma precarização generalizada dos professores. Ela enfatizou que o governo eleito está em disputa na área da educação, mas há a possibilidade de direcionar suas políticas em direção à regulamentação do setor privado e ao fortalecimento da educação pública.
Valéria Morato, presidente do Sinpro Minas, avaliou que o 14º Consinpro cumpriu seu propósito de discutir as questões cruciais para a luta por avanços sociais e pela valorização dos professores, destacando a importância do fortalecimento sindical nesse processo.
Com informações: Consinpro.