Militares agridem presidente do Equador em tentativa frustrada de golpe

“Se quiserem me matar, que me matem”, disse nesta quinta-feira o presidente do Equador, Rafael Correa, ao desafiar policiais e militares que protagonizam uma revolta no país, através de uma janela do regimento do exército de Quito. Em um discurso improvisado, ele tirou a gravata e abriu a camisa para mostrar que não usava um colete à prova de balas. Após discursar na janela do regimento, Correa foi atingido por bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia e levado ao hospital.

Presidente Correa (de terno e de costas) em meio à bomba de gás latrimogêneo

 

As tropas equatorianas protestam por causa da eliminação de benefícios econômicos incluídos em uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para cortar custos do Estado. Um grupo de cerca de 150 soldados da Força Aérea equatoriana tomou a pista do aeroporto internacional de Quito. Antes de concluir seu discurso e voltar a se abrigar em um dos escritórios, Correa chamou os manifestantes de “bandidos”.

Apesar de a imprensa estar se referindo aos protestos como uma tentativa de golpe, o chefe do comando das Forças Armadas do Equador, Ernesto González, garantiu que estão subordinados à autoridade de Correa. “Estamos em um Estado de Direito. Estamos subordinados à máxima autoridade que é o senhor presidente da República”, afirmou o chefe militar em um pronunciamento transmitido pelos meios de comunicação locais.

Conspiração golpista

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, declarou nesta quinta-feira que por trás dos protesto de pequenos setores policiais existem intenções golpistas. “Há setores golpistas que já identificamos, que em nosso entendimento estão preparando as intenções para isso”, disse Patiño à Telesul.

Patiño acentuou que a manifestação dos policiais é um ato de “insubordinação inaceitável” e assinalou que “não é raro que alguns setores acostumados a dar golpes neste país, tentem fazê-lo”.

O presidente, por sua vez, afirmou, em entrevista por telefone à emissora TeleSul, após ser agredido, que os episódios desta quinta-feira são uma conspiração de cunho político – e chegou a citar seu adversário político Lúcio Gutierrez como um dos responsáveis pelas ações golpistas.

 

Correa é levado para o hospital após a explosão das bombas

Respaldo popular

Ricardo Patiño, ministro das Relações Exteriores do Equador, veio a público depois dos ocorridos para agradecer à população pelo massivo apoio recebido, conclamou a todos para saírem pacificamente às ruas a fim de defender a democracia do Equador e impedir qualquer nova tentativa de golpe.

Em diversas cidades do país, a população saiu imediatamente às ruas para protestar contra a tentativa de golpe. Governos de diversos países, como Argentina, Venezuela e Espanha, enviaram mensagens de solidariedade a Rafael Correa.

Com agências

 

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