Milhões de trabalhadores vão às ruas na Europa defender seus direitos

Protestos contra medidas governamentais de austeridade se espalharam nesta quarta-feira (29) por vários pontos da Europa. Na Grécia, os médicos e empregados ferroviários pararam. Os trabalhadores espanhóis interromperam os serviços de trens e ônibus. Na Irlanda, um homem bloqueou o Parlamento com um caminhão de cimento para protestar contra os resgates financeiros para os bancos. Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas de Bruxelas, com a esperança de reunir 100 mil pessoas para fazer uma marcha na frente das instituições da União Europeia.

Os manifestantes protestaram contra os planos de austeridades propostos pelos governos europeus que buscam controlar suas dívidas com reduções orçamentárias, aumentos de impostos e redução de pensões e aposentadorias.

As marchas ocorrem no mesmo dia em que a Comissão Europeia da UE propôs punir os estados membros que tenham incorrido em déficits para financiar programas sociais em momentos de desemprego elevado no continente. A proposta, respaldada pela Alemanha, enfrenta oposição na França, que deseja que os políticos decidam por sanções e não somente proponham regras rígidas.

“É um momento inoportuno para que a Comissão Europeia proponha um regime de punições”, comentou John Monks, secretário geral da Confederação de Sindicatos Europeus, que organiza a marcha em Bruxelas.

Ele pondera que vários governos acossados por fortes dívidas se viram obrigados a impor reduções em salários, pensões e empregos.

“Existe um perigo de que os trabalhadores tenham que pagar o preço pela especulação irresponsável que ocorreu nos mercados financeiros. Realmente é preciso reestruturar essas dívidas para que não representem uma enorme carga nos próximos anos e afundem a Europa em uma recessão”, afirmou Monks.

Na Irlanda, um homem bateu um caminhão contra o portão central do Parlamento, em Dublin. O manifestante protestava contra o pacote de ajuda com dinheiro público dado ao Anglo Irish Bank, e também contra os cortes orçamentários do governo local. O homem, de 41 anos, acabou preso. As centrais sindicais irlandesas disseram que o lema do dia de protestos na Europa nesta quarta-feira é “empregos, não cortes”.

Com agências

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