Liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (SINTRACOM-BA), os profissionais da Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia) decidiram paralisar as atividades e protestar em frente à empresa, no bairro de Narandiba, em Salvador, nesta quinta-feira (10).
Segundo o presidente da entidade, Carlos Silva, o protesto é contra intransigência da empresa.
“A Conder não negocia a pauta de reivindicações da campanha salarial, encaminhada em março. Até o momento, não deu nenhuma resposta. Por esse desrespeito, os trabalhadores resolveram parar junto com o sindicato. Esperamos que a empresa sente na mesa para negociar”, afirmou.
Dados preocupantes
Em 2022, a Bahia registrou 112 óbitos de trabalhadores durante suas atividades, contra 100 no ano anterior, além de um alto índice de acidentes de trabalho: foram 14.326, em 2021, e 17.264, em 2022. Nos primeiros sete meses de 2023, a Inspeção do Trabalho notificou 7.684 acidentes com 58 óbitos.
Os dados são do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA). A entidade alerta que os números podem ser ainda maiores, já que a estimativa de subnotificação é grande, podendo variar de 30% a 80%, dependendo do setor. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mundo perde 4% do PIB (cerca de R$ 396 bilhões) em decorrência de acidentes e doenças do trabalho.
Dados do INSS indicam que, em 2022, foram concedidos 6.161 benefícios previdenciários acidentários, 366 auxílio-acidente por acidente de trabalho e 389 aposentadorias por invalidez acidentária para trabalhadores baianos, além de 14 pensões por morte por acidente de trabalho. Foram 983,7 mil dias de trabalho perdidos na Bahia por auxílio-doença por acidente do trabalho em 2022 e 569,5 mil dias perdidos por aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho.
Com informações: CTB-BA.