Trabalhadores de diversas empresas vão tomar as ruas de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, nesta terça-feira (14). A caminhada, com concentração no Clube Social, às 6h, e destino ao centro da cidade, conta com o apoio de representantes dos movimentos sociais. O objetivo é dividir com a sociedade os vários problemas vivenciados pelos metalúrgicos nas fábricas e apresentar as principais reivindicações da campanha salarial.
“No geral, a população, até mesmo por conta das propagandas oficiais das empresas, não tem a consciência do que realmente acontece nas linhas de produção. É preciso que as pessoas abracem essa causa e compreendam melhor os desafios dessa greve”, diz Aurino Pedreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.
É importante ressaltar que a manifestação não é apenas dos trabalhadores de Camaçari, mas de toda a categoria metalúrgica. “Contamos com a presença em massa de trabalhadores de outras bases sindicais, pois a luta é a mesma”, convoca Antônio Viana Balbino, presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia.
A greve foi deflagrada no dia 8, com grande adesão dos trabalhadores. Mais de 50 empresas tiveram as atividades paralisadas, entre as quais dezenas que atuam no Complexo Ford, que emprega cerca de 10 mil pessoas, e outras de diversos ramos da metalurgia.
Truculência
Em uma empresa sediada em Porto Seco Pirajá, em Salvador, os trabalhadores estão precisando enfrentar até mesmo a truculência da Polícia Militar. A Papaiz, fábrica de cadeados, tem chamado a PM para tentar intimidar os metalúrgicos e dispersar o movimento grevista, fato que também tem acontecido em outras empresas, como o Complexo Ford.
Nesta segunda-feira (13), segundo o Sindicato, um policial sacou a arma para um dirigente sindical. Por pouco, a situação não termina em tragédia. “Não podemos admitir que uma empresa privada utilize a Polícia Militar para coibir a greve e ameaçar a integridade física do trabalhador”, frisa Balbino.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari
