Revoltados com a morte de dois colegas, operários param construção em Salvador

Trabalhadores (as) paralisaram as atividades em todo o canteiro de obras do condomínio de luxo Le Parc, onde, na última quarta-feira (8), morreram dois operários. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (10), em assembléia geral realizada na entrada do canteiro, com a presença de mais de quatro mil operários e diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom-BA).

Muito tristes e revoltados com a morte dos colegas empregados da empreiteira Tecnotrav, Leandro Marques Cardoso e Roberto Rodson, ambos auxiliares de mecânico, e com a situação de um terceiro colega vitimado, Adilson do Nascimento, da empresa Austrália, que teve uma perna amputada e encontra-se na UTI, os trabalhadores decidiram que só retornarão ao trabalho quando as empresas construtoras do condomínio atenderem às reivindicações aprovadas na assembléia.

Na próxima segunda-feira, dia 13, as mobilizações dos trabalhadores continuarão em frente ao canteiro de obras do Le Parc e, às 11 horas, haverá uma reunião com a direção do Sintracom-BA e representantes das empresas, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), nas Mercês. A SRTE interditou as gruas das obras e embargou a grua que desabou provocando o acidente.

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A direção do Sintracom-BA já encaminhou à SRTE e às empresas construtoras do Le Parc, Andrade Mendonça, Cyrela Brazil Realty, Brasplan Empreendimentos e Construções, Jotagê Engenharia e Austrália Empreendimentos Imobiliários, a pauta onde constam, dentre outras,  as seguintes reivindicações: imediato cumprimento das regras de segurança e saúde no trabalho; adoção das providências exigidas pela SRTE; laudo conclusivo de funcionamento seguro das gruas; fim da perseguição aos cipistas; fornecimento ao Sindicato, no prazo de 10 dias, de relações com os nomes de todos os trabalhadores contratados através de subempreiteiras, constando data de admissão, função, salário e dados civis (RG, CPF, PIS e CTPS);  e construção no prazo de 10 dias de uma passarela sobre  a Avenida Paralela, com o objetivo de evitar a perigosa travessia dos trabalhadores e os atropelamentos constantes que inclusive já vitimaram vários companheiros.

Os trabalhadores reivindicam também a melhoria imediata da  qualidade  da  alimentação  fornecida  no  canteiro, que  atualmente é intragável; fim da demora no recolhimento da multa de 40% do FGTS na demissão de trabalhadores; pagamento de  todas as rescisões e salários pendentes dos trabalhadores despedidos pelos subempreiteiros; e o fornecimento de transporte  gratuito para os trabalhadores que necessitam se deslocar até a Suburbana e pontos não alcançados pelas linhas que transitam pela Paralela.

 

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Fonte: Assessoria Sintracom-BA

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