Nesta quarta-feira (28), profissionais da enfermagem se mobilizaram em um ato na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar a aprovação do piso salarial. Diante da importância dessa demanda, os enfermeiros alertaram que, caso não haja avanços, a categoria está disposta a realizar uma nova paralisação, e convoca greve geral nesta quinta-feira (29). A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil esteve presente no ato, e foi representada por Antônia Trindade, Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará (SENPA) e vice-presidenta da CTB Pará e pelo vice-presidente da CTB, Vicente Selistre.
“Nós queremos em contracheque nosso piso integral, não o queremos alterado e retaliado. É injusto o que estão fazendo conosco. Na pandemia, éramos heróis, agora somos desvalorizados, greve geral amanhã (29), por tempo indeterminado”, disse Antônia.
A questão do piso salarial da enfermagem, que afeta a vida de aproximadamente 1,3 milhão de profissionais, tem se tornado um verdadeiro cabo de guerra entre o Supremo Tribunal Federal (STF), governo federal, municípios e hospitais privados. Atualmente, o tema está em votação no plenário virtual do STF e a decisão tem sido alvo de discussões.
A presidenta do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde-CE), Marta Brandão, falou sobre a luta intensa da enfermagem pelo piso salarial. “STF ataca mais uma vez a enfermagem brasileira. Primeiro foi o Luís Roberto Barroso que adiou por quase um ano a implantação do nosso piso salarial. Depois, o Gilmar Mendes, disse que o piso deve ser pago proporcional e vinculou a carga horária de 44 horas semanais, na verdade, a lei que assegurou o piso no Congresso Nacional, diz que o piso salarial da enfermagem não está atrelado a nenhuma carga horária. E recentemente, o José Antonio Dias Toffoli, achando pouco aumentou a crueldade. Toffoli disse no seu voto, que o piso pode ser pago de forma regionalizada. Ou seja, a luta é de mais de 30 anos da enfermagem para ter um piso salarial nacional, para o STF, não é mais nacional. É muita covardia e muita crueldade do STF sobre a enfermagem brasileira. Mas nós precisamos reagir nas ruas, por isso, 29 de junho nas ruas do Brasil, nós vamos dizer basta de ataques!”, frisou a presidente.
Os sindicatos que não puderam estar presentes em Brasília nesta quarta-feira (28), também se manifestaram em seus estados, como o Sindsaúde Ceará, que se reuniu em Fortaleza em frente ao Instituto Doutor José Frota – IJF o Sindsaúde Bahia, que realizou uma manifestação em Vitória da Conquista, em frente ao hospital regional.