O Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindipetro-CE), juntamente com outros petroleiros, convocaram uma greve, a partir das sete horas da manhã nesta terça-feira (27), em resposta à autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda da refinaria Lubnor. A mobilização tem como objetivo pressionar o governo federal e a prefeitura reavaliarem a venda, levando em consideração os problemas de propriedade territorial e a falta de resolução das questões pendentes.
A venda da refinaria Lubnor, localizada em Fortaleza, foi iniciada durante a gestão anterior, em um processo de privatizações que gerou controvérsias e preocupações entre os trabalhadores da Petrobras. A refinaria enfrenta questões relacionadas à propriedade territorial, com a existência de três proprietários: a União, a Petrobras e a prefeitura.
Inicialmente, foi divulgado que o Governo havia cedido o terreno para a Petrobras, mas posteriormente surgiram notícias indicando que se tratava de um empréstimo enquanto a refinaria estivesse sob controle da empresa estatal. Além disso, a área onde a refinaria está construída abrigava uma comunidade, cujas casas foram adquiridas pela Petrobras, tornando-se propriedade da empresa, enquanto as ruas e praças continuaram sob a jurisdição da prefeitura.
Diante dessas complexidades e da falta de resolução dos problemas de propriedade territorial, os petroleiros entraram com processos junto ao Cade, buscando barrar a venda da Lubnor. No entanto, na última quarta-feira, o Cade decidiu autorizar a venda da refinaria, mesmo com a mudança de governo, o que gerou indignação e revolta entre os trabalhadores.
“Os atuais conselheiros do Cade são resquícios do desmantelo anterior, e autorizaram a venda mesmo com todos os problemas pendentes. Nós fizemos assembleias com a categoria e decidimos que a greve seria a forma de pressionar o governo federal e a prefeitura a não permitirem essa venda irregular”, afirmou Iran Vieira, diretor do Sindipetro-CE.
Além da venda da refinaria Lubnor, a greve também abordará outros assuntos que estão em pauta há algum tempo, mas que a Petrobras não resolveu. Os trabalhadores alegam que a empresa não ofereceu subsídios suficientes para sanar esses problemas, tornando a mobilização necessária para chamar a atenção para a situação.
Na próxima quarta-feira (28), os petroleiros têm uma reunião já agendada com o setor de recursos humanos da Petrobras, buscando uma solução para as demandas dos trabalhadores e a suspensão da venda da refinaria Lubnor. A categoria espera que o governo e a empresa estabeleçam um diálogo transparente e busquem alternativas que garantam a preservação dos interesses dos petroleiros e do setor energético nacional.