Na tarde desta segunda-feira (5), os eletricitários protestaram em frente à sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro, e em diversas capitais do Brasil, para reivindicar seus direitos. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio de Janeiro e do Distrito Federal (CTB-RJ e CTB-DF), estiveram presentes nos protestos. Desde a privatização da Eletrobras no ano passado, os trabalhadores têm enfrentado ataques a seus direitos e ao funcionamento da empresa. Eles lutam contra a venda da empresa a um preço abaixo do mercado, que resultou em prejuízos aos cofres públicos.
As principais demandas dos trabalhadores são:
- Apoio à ação da União para recuperar o poder de voto na Eletrobras;
- Oposição às demissões e desmantelamento do Cepel (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica);
- Defesa das fundações do Sistema Eletrobras.
A questão do poder de voto da União é uma preocupação, uma vez que o governo brasileiro detém a maioria das ações, mas seu poder de voto é limitado. Isso resulta na possibilidade do governo ser derrotado em decisões importantes para a empresa. Os trabalhadores entraram com uma consulta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para exigir que a Eletrobras responda ao mercado sobre a proposta de aumento das cadeiras no Conselho Administrativo, a fim de garantir uma representação proporcional ao número de ações que o governo possui.
Além disso, os trabalhadores criticam as demissões planejadas e o desmantelamento do Cepel, o qual é responsável por importantes desenvolvimentos e manutenções de software na área de energia elétrica. O fechamento do Cepel prejudicaria o setor e impactaria negativamente o funcionamento do Sistema Interligado Nacional.
Outra preocupação dos trabalhadores é a possível alteração nos fundos de pensão, que possuem um valor estimado em R$ 44 bilhões. A atual direção da Eletrobras planeja unificar esses fundos, o que poderia resultar em riscos e problemas contábeis.
Os eletricitários estão mobilizados para proteger seus direitos e o bom funcionamento da Eletrobras, buscando pressionar a direção e o governo a agirem de forma responsável e em benefício dos trabalhadores e da população em geral.