Professores intensificam mobilizações em resposta à repressão policial

Mobilizados há mais de dez dias na Universidade Pedagógica Nacional (UPNFM), os docentes hondurenhos decidiram intensificar as manifestações e chamar trabalhadores e trabalhadoras de outros setores para fortalecer a ação. A decisão de aumentar o protesto foi fruto da resposta do governo de Porfirio Lobo, quem rompeu o diálogo para reprimir e usar violência contra os professores manifestantes.

Segundo informações da Red Morazánica de Información, líderes da Federação de Organizações Magisteriais de Honduras (FOMH) convocaram docentes de várias partes do país a irem a Tegucigalpa “preparados para permanecer por tempo indefinido” e lá ficarem mobilizados até resolverem todas as demandas pendentes.

De acordo com declarações de Wil Paz, do professorado no departamento de Colón, além de docentes, pais de família, camponeses, operários e integrantes das frentes de resistência locais e departamentais já começam a participar da “massiva mobilização” na capital hondurenha.
Para a mobilização, FOMH destacou alguns pontos que servem de orientação aos manifestantes. Dentre eles, destacam-se: não comparecer a nenhuma audiência ou assinar nenhum documento da Secretaria de Educação; ir à Tegucigalpa ou realizar ações junto com a coordenadora local; manter-se em unidade; e elaborar uma lista de docentes que não seguirem as diretrizes para enviá-la aos tribunais de honra, conforme os estatutos e fazer funcionar as comissões de disciplina.

Ante a repressão do governo hondurenho, Manuel Zelaya, mandatário deposto do poder em junho de 2009 por conta de um Golpe de Estado e hoje coordenador-geral da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), enviou, ontem (22), uma carta aos trabalhadores e trabalhadoras de Honduras incentivando-os a continuar com a mobilização.

“Dirijo-me aos senhores para dá-lhes força e alento neste momento que os níveis de brutalidade do regime só se podem comparar com a pressa desesperada que têm por entregar todos os bens dos hondurenhos ao capital transnacional e seus representantes locais”, apresentou.
Na mensagem, Zelaya reconheceu os defensores de direitos humanos como “verdadeiros representantes da justiça em Honduras” e chamou a sociedade a construir um movimento de “unidade”, juntando as forças dos diversos setores sociais hondurenhos na luta pelas demandas dos trabalhadores.

Além dos pedidos dos docentes, o coordenador-geral da Frente ainda recordou demandas de outras organizações, como: salário mínimo correspondente com o valor da cesta básica e a não-privatização dos serviços básicos. “O acesso aos serviços básicos, hoje quase todos privatizados, ao crédito do sistema bancário com baixos interesses para os camponeses baixar o custo da vida, medicamentos, saúde, educação devem ser considerados nos projetos”, lembrou.
Repressão

Informações dão conta de que a repressão policial contra os professores hondurenhos se intensificou na última sexta-feira (20). No início daquela tarde, segundo destaca Defensores em Línea, enquanto os docentes realizavam mobilizações pacíficas pelos seus direitos, a polícia chegou e começou a golpear e asfixiar os manifestantes com gás lacrimogêneo.

A violência policial continuou até mesmo na Universidade Pedagógica, local onde a maioria dos professores buscou refúgio, afetando também os estudantes que estavam no centro. Até a noite da sexta-feira, pelo menos 18 mestres estavam detidos, entre eles Luis Sosa, Andrés Martínez, Carlos Anariba, Edgar Soriano e Luis Figueroa.

Fonte: Adital

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