Em audiência pública realizada na terça-feira (18), na Câmara Municipal em Alto do Rodrigues (RN), vereadores, sindicatos e pequenos produtores de petróleo do Vale do Açu, ratificaram a necessidade da permanência da Petrobras como operadora do Polo Potiguar. Os presentes assumiram o compromisso de manter uma mobilização permanente contra a venda dos ativos e pela retomada de investimentos nos campos terrestres e marítimos da estatal.
As falas se basearam nas promessas de campanha do presidente Lula contra a privatização e pela retomada dos investimentos e geração de novos empregos. O discurso foi reiterado pelo presidente da companhia e ex-senador, Jean Paul Prates, quando afirmou no dia 24 de fevereiro, em evento na Fiern, que a estatal não vai sair do Estado e vai focar em novos investimentos em terras potiguares.
O diretor jurídico do Sindipetro-RN, Marcos Brasil, destacou que o debate contra a saída da Petrobras do estado é tratado há anos pelo sindicato. Marcos que também é professor da UERN, desmistificou dois pontos sobre o petróleo. “O primeiro é que o petróleo já era. Que foi ultrapassado pelas energias renováveis. Esse é um mito. O petróleo ainda é uma mercadoria de grande importância no mundo e para as nações. Os Estados Unidos invadiram o Kuwait, Afeganistão e o Iraque tudo em busca de petróleo. Os países mais ricos do mundo são grandes consumidores de petróleo e seus subprodutos”, avaliou.
Outro ponto destacado pelo dirigente é que, sim, o petróleo será substituído pelos combustíveis renováveis na produção de gasolina e diesel. Porém, a matéria-prima do composto ainda será usada na produção de dezenas e milhares de produtos. “Aqui nesta sala por exemplo existem vários produtos com petróleo: cadeiras, tinta usada nas pinturas de paredes e produtos de plástico. Por isso o petróleo é tão importante para o nosso país e para o mundo”, salientou.
O segundo mito levantado por Marcos foi de que seria o fim da produção de petróleo no RN. “O estado ainda tem mais de 250 milhões de reservas provadas de petróleo, fora as reservas ainda não descobertas pela Petrobras . Hoje, mesmo com as técnicas mais modernas para tirar petróleo do subsolo as empresas só conseguem tirar 65% do óleo. Ou seja, mesmo com todas as técnicas usadas pela Petrobras para retirar o óleo, ainda existe 35% a ser produzido”, disse.
Ainda, o petroleiro apresentou as bandeiras de luta do sindicato nesse novo cenário. “Nós lutamos pela manutenção dos contratos dos pequenos e médios empresários de petróleo que prestam serviços à Petrobras e que geram empregos para a região. Outro ponto é a manutenção dos postos de trabalho, das pessoas que atuam no Vale do Açu, em caso de uma possível venda dos campos. Também defendemos a retomada de investimentos da Petrobras no nosso estado. O RN já chegou a ter 20 mil postos de trabalho entre petroleiros concursados e terceirizados. Hoje, esse número caiu para cinco mil. Isso é inadmissível”, destacou o dirigente.