Milhares de trabalhadores e trabalhadoras voltaram a ocupar as ruas de Paris e outras cidades francesas nesta quinta-feira contra a reforma da Previdência do governo Macron, que eleva de 62 para 64 anos a idade mínima para a aposentadoria e também aumenta o tempo de contribuição para receber o valor integral do benefício.
Em Paris, a policial agiu com violência nos confrontos com manifestantes. A sede do conglomerado de luxo LVMH, que controla marcas como a Louis Vuitton e Dior, foi ocupada. A manifestações nas ruas da capital e de várias cidades francesas intensifica a pressão popular contra as novas regras, que serão analisadas nesta sexta-feira (14) pelo Conselho Constitucional francês – o órgão máximo para revisão da constitucionalidade das leis na França.
Os nove integrantes da Corte Constitucional devem se pronunciar sobre a validade da reforma e também sobre um pedido de referendo acerca da idade da aposentadoria reivindicado por partidos de esquerda. A anulação total da reforma é considerada improvável, mas há a possibilidade de revisão de partes do projeto.
O movimento sindical promete continuar resistindo. Se a Corte validar a reforma, contra a vontade popular (70% dos franceses pronunciam-se contra), os sindicatos tencionam exigir a “não-promulgação” do texto. Sophie Binet, a recém-eleita secretária geral da CGT, segundo maior sindicato francês, já avisou: “Este não é o último dia de mobilização”.
Foto: AFP Charly Triballeau