Depois de 25 dias de mobilização, o Movimento dos Trabalhadores Camponeses e Indígenas Sem Terra, o MST boliviano, chegou a um acordo com o governo deste país. A Segunda Marcha Nacional do movimento, iniciada em oito de julho, tinha como lema “Por uma verdadeira reforma agrária, soberania alimentar e desenvolvimento integral comunitário” e saiu do departamento de Santa Cruz, com destino a La Paz.
Com o desfecho das negociações, a marcha foi interrompida antes de chegar a seu destino final.
Entre os acordos firmados, está a restituição imediata das comunidades agro-ecológicas Chirimoyas, Tierra Hermosa e Tierra Firme, que haviam sido tomadas de forma violenta por latifundiários da região em abril deste ano. Também foram acertadas a agilização da dotação e titulação de novas terras, a construção de quatro poços artesianos na região do Gran Chaco, instalação de guaritas de fiscalização do comércio de madeira, a elaboração conjunta do projeto de implementação da Escola Nacional Técnica Agro-ecológica do MST, a elaboração de um plano integral de prestação de serviços de saúde e a criação de rádios comunitárias dentro das comunidades do MST, integradas a rede nacional de comunicação.
O dirigente do MST, Edwin Arce, afirmou ter muito bem gravadas as palavras do presidente Morales, que disse “quando me equivoque, me corrijam”. “Por isso, nossa marcha não era contra o processo de mudanças, mas para que realmente se execute o programa de assentamentos, para que se aplique a lei e realmente beneficie aos pobres”, concluiu.
Fonte: Brasil de Fato