CTB participa do BRICS sindical em 2025 para fortalecer a luta trabalhista global

Foto: CTB.

Entre os dias 23 e 24 de abril de 2025, Brasília recebe o 14º Fórum Sindical do BRICS, um evento que reúne representantes das centrais sindicais dos países membros e parceiros do bloco econômico, com o objetivo de promover a cooperação e o diálogo entre as nações. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) marca presença no evento com a missão de fortalecer os direitos dos trabalhadores e discutir os desafios globais que afetam a classe trabalhadora.

O evento representa uma plataforma estratégica para as reivindicações dos trabalhadores, com o intuito de influenciar políticas globais de justiça social e governança. Segundo Adilson Araújo, presidente da CTB, o momento é crucial para os movimentos sindicais em todo o mundo, que enfrentam uma série de desafios inéditos impostos pela crise econômica, geopolítica e pela ofensiva do capital contra os direitos trabalhistas.

Desafios e ameaças ao trabalho global

Adilson Araújo destacou, em seu discurso, que o BRICS Sindical ocorre em um “momento histórico”, onde a classe trabalhadora se vê diante de uma série de dificuldades, entre elas, a crescente precarização das condições de trabalho e a ameaça de destruição dos direitos trabalhistas. “Vivemos um tempo de crises. A ordem capitalista mundial capitaneada pelos EUA e o Ocidente já não é mais suficiente para garantir a estabilidade do sistema global”, afirmou.

Ele também abordou a escalada do protecionismo liderada pelos Estados Unidos, que, segundo ele, gera um risco iminente de uma nova recessão global. “Cabe ao BRICS o papel protagônico de pavimentar o caminho para uma nova ordem econômica e política internacional”, declarou, destacando o papel do bloco na construção de alternativas ao modelo capitalista imperialista.

Além disso, Adilson levantou preocupações sobre a apropriação privada de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, que, segundo ele, estão impactando o mercado de trabalho e contribuindo para o aumento do desemprego. “A agenda neoliberal dos patrões é clara: destruir o Direito do Trabalho, desregulamentar as relações trabalhistas e precarizar os contratos”, alertou, pedindo uma resistência firme contra essas ameaças.

União para conquistar um novo mundo

A luta da classe trabalhadora não é apenas contra as desigualdades econômicas, mas também contra o avanço do autoritarismo e do neofascismo, que estão ganhando força em diversas partes do mundo. Adilson defendeu a unidade dos trabalhadores e a necessidade de enfrentar a extrema direita, que se alinha com as grandes corporações e as chamadas “big techs”.

“Nosso movimento sindical deve ser também um bastião contra a ascensão da extrema-direita, que se aproveita da crise para dividir os trabalhadores e enfraquecer as conquistas sociais”, afirmou, destacando a importância de se unir para combater esses retrocessos.

O presidente da CTB também ressaltou a importância de discutir a crise climática, afirmando que a ordem capitalista, liderada por governos negacionistas como o dos Estados Unidos sob Donald Trump, não está disposta a buscar soluções reais para os problemas ambientais. Para ele, o BRICS tem a oportunidade de criar uma nova ordem multilateral que seja sustentável e justa, tanto para os povos quanto para o meio ambiente.

O BRICS como alternativa ao imperialismo

O fortalecimento do BRICS, conforme ressaltado por Adilson, representa uma oportunidade para a construção de uma nova ordem geopolítica, mais justa e democrática. Criado em 2009, o bloco já se destaca como uma potência econômica e política, com um PIB superior ao do G7 e representando quase 50% da população mundial.

Divanilton Pereira, presidente da UIS (Federação Sindical Mundial) e dirigente da CTB, também compartilhou sua visão sobre o papel do BRICS no novo cenário geopolítico global. Ele destacou que o crescimento do bloco tem um “sentido estratégico”, não apenas para o desenvolvimento econômico, mas também para garantir os direitos da classe trabalhadora. “A luta por novos arranjos globais não pode prescindir das organizações sindicais”, disse, enfatizando a necessidade de integrar as discussões sobre produtividade e inovação com questões de equidade e justiça social.

Pereira também sugeriu a criação de um instituto dentro do BRICS dedicado à pesquisa e ao estudo das forças produtivas, com a participação ativa das organizações sindicais, para que as inovações tecnológicas beneficiem de fato os trabalhadores e não apenas as grandes corporações.

O 14º Fórum Sindical do BRICS, com a presença destacada da CTB e de outros líderes sindicais globais, reforça a importância de unir forças para defender os direitos dos trabalhadores em um momento de grandes desafios. A troca de experiências e a construção de uma agenda comum entre as centrais sindicais do BRICS são fundamentais para enfrentar as ameaças globais ao trabalho, ao meio ambiente e à paz mundial. A luta por um novo mundo, sem hegemonismo e mais justo, segue sendo a principal bandeira dos trabalhadores ao redor do planeta.

Discurso do Adilson na íntegra:

Ofício BRICS espanhol Ofício BRICS inglês

Foros: André Oliveira.

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