Nesta terça-feira (22), os professores municipais de São Paulo realizaram uma manifestação que mobilizou centenas de profissionais da educação no centro da cidade. Com o Viaduto do Chá ocupada em frente à sede da prefeitura, a categoria reafirmou a decisão de continuar a greve, que começou no dia 15 de abril, após rejeitar a proposta de reajuste salarial apresentada pela administração municipal.
Continuidade da greve
Durante a assembleia, que teve início pela manhã, a presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação Infantil (Sedin) filiado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Claudete, detalhou as próximas etapas do movimento. Segundo ela, os comandos regionais aprovaram a continuidade da greve, e uma audiência de conciliação ocorrerá às 15h desta terça-feira. “Pela primeira vez na história da educação da cidade de São Paulo, o governo judicializou a greve”, afirmou Claudete, ressaltando a pressão e as tentativas de intimidação por parte da Prefeitura e da Secretaria de Educação.
O governo municipal, ao tentar judicializar o movimento, está buscando uma solução legal para pôr fim ao impasse, mas a categoria não se intimidou. “O prefeito e a Secretaria de Educação estão enviando comunicados pesados, ameaçando os professores, mas nós vamos continuar com a greve. Vamos ver o que vai acontecer amanhã na audiência de conciliação”, completou a sindicalista.
Ainda de acordo com Claudete, uma nova assembleia será realizada no dia 24 de abril, às 13h, na Câmara Municipal de São Paulo, acompanhada de manifestação. “Eles vão tentar aprovar hoje ou amanhã a proposta, mas estamos preparados para continuar nossa luta”, afirmou a presidente do Sedin.
Reivindicações da categoria
A greve dos professores municipais começou após a rejeição da proposta de reajuste de 2,6% para 2025 e 2,55% para 2026. Segundo os educadores, o percentual não compensa nem mesmo a inflação acumulada, deixando os salários dos profissionais da educação defasados. A categoria também exige que o reajuste salarial seja superior à inflação anual.
Entre as principais reivindicações estão:
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Incorporação dos 44% pagos como abono complementar de pisos salariais, tanto para ativos quanto para aposentados da educação.
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Fim dos 14% de contribuição previdenciária, considerada desproporcional pela categoria.
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Redução da jornada de trabalho para profissionais de outras categorias da educação, como inspetores e merendeiras.
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Melhoria nas condições de prevenção à saúde, considerando os desafios enfrentados pelos profissionais durante o exercício da profissão.
Mobilização e apoio dos sindicatos
A manifestação no Viaduto do Chá contou com a adesão de vários sindicatos que representam os cerca de 70 mil profissionais da educação municipal. Em um gesto de união, os educadores se dirigiram até a Avenida Paulista, onde permaneceram até as 15h, reforçando a importância da luta por melhores condições de trabalho e salários justos. Para os profissionais da educação, a greve não é apenas uma questão salarial, mas também de dignidade e valorização do trabalho.
O futuro da greve
O cenário ainda é incerto, mas o movimento continua forte. Com o governo municipal pressionando legalmente a paralisação e tentando uma resolução imediata, a resposta dos professores tem sido clara: eles permanecem firmes em sua luta. “Não vamos aceitar propostas que desrespeitam o nosso trabalho e o nosso valor”, disse Claudete, destacando a importância de a população compreender a magnitude do movimento.
A audiência de conciliação, marcada para esta tarde, será um dos próximos passos para definir o rumo da greve, mas a categoria já avisou que, independente do desfecho, as manifestações e a mobilização não irão cessar tão cedo.
A próxima assembleia, marcada para o dia 24 de abril, às 13h, na Câmara Municipal, promete ser mais um importante capítulo na luta por melhores condições de trabalho para os profissionais da educação de São Paulo.