Os professores da rede municipal de São Paulo aprovaram, nesta terça-feira (15), a deflagração de greve que começa já amanhã, quinta-feira (16). A decisão foi tomada em assembleia realizada em frente à sede da Prefeitura de São Paulo. O movimento,protesta contra a proposta de reajuste salarial da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é considerada insuficiente pelos educadores.
A principal reivindicação da categoria é um aumento de 44% nos salários, além de melhorias nas condições de trabalho e o fim dos descontos nos vencimentos dos aposentados. Os professores também pedem que o prefeito negocie diretamente com a categoria uma proposta que atenda às necessidades reais dos profissionais da educação, em um contexto de inflação crescente e dificuldades no dia a dia das escolas.
O reajuste proposto pela Prefeitura de São Paulo é de 2,60% neste ano e 2,55% no próximo ano, o que foi amplamente rejeitado pelos professores. A gestão municipal, por sua vez, defende o aumento total de 5,2% como uma forma de valorizar o funcionalismo público. No entanto, os educadores consideram a proposta insuficiente, argumentando que ela não cobre nem mesmo a inflação acumulada.
Claudete Alves, presidenta do Sindicato dos Profissionais da Educação (SEDIN), filiado à CTB, afirmou que a greve é uma resposta a uma série de ataques à carreira do magistério. “Rejeição total à proposta do governo e queremos negociar. Não aguentamos mais. A educação tem que dar um basta a esses sucessivos ataques. Em dezembro, nos golpearam com alterações na carreira do magistério na calada da noite, com a aprovação da lei 18.021, que penalizou severamente os profissionais readaptados e todos os que estão em licença médica. Agora, novamente, tentam nos desconsiderar com uma proposta de reajuste abaixo da realidade”, declarou Claudete.
A greve será iniciada amanhã, às 13h, com uma manifestação em frente à Câmara Municipal de São Paulo. A expectativa é de que a paralisação se estenda por mais dias, com diversas escolas municipais interrompendo suas atividades e outras ações de mobilização sendo organizadas.
Além da questão salarial, os professores denunciam as condições de trabalho na rede municipal de ensino, que, segundo eles, não garantem a qualidade educacional que a cidade precisa. Também é apontado o tratamento desigual dispensado aos aposentados, que continuam sofrendo com descontos em seus salários, refletindo políticas adotadas pela atual administração.