Ocupação da antiga sede do Dops em BH é debatida na ALMG

A ocupação da antiga sede do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais) em Belo Horizonte (MG), além de sua transformação em um memorial dos direitos humanos, foi tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) nesta quinta-feira (10/4). 

O prédio está ocupado, desde o dia 31 de março, por movimentos e cidadãos que lutam para que o espaço seja transformado em um memorial em honra aos mortos, desaparecidos e perseguidos políticos, e que lembre dos crimes cometidos pela ditadura. O projeto de transformação do prédio em Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade foi lançado em 2018, mas não foi concluído.

O protesto levou o Ministério Público Federal (MPF) a instaurar um procedimento para fiscalizar a criação do Memorial. Ângelo Giardini de Oliveira, procurador do MPF, participou da audiência. Em entrevista à TV Assembleia, ele afirmou que o órgão requisitou informações à Secretaria de Desenvolvimento Social para verificar as razões pelas quais o projeto não está caminhando na velocidade esperada.

O sindicalista Gildásio Cosenza, coordenador da Comissão da Verdade dos Trabalhadores e representante do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta Pela Paz (Cebrapaz), passou duas vezes pelo Dops, em 1968 e 1969. 

Para ele, a ocupação trouxe a questão para o noticiário e para a imprensa. “Salvou aquilo da destruição anunciada pelo governo criminoso do Zema. A luta pelo Memorial não é do passado e nem do presente, e sim do passado, do presente e do futuro”. Ele relata que o local já era centro de repressão e violência antes da ditadura militar e, mesmo após seu fim, continuou a ser centro de tortura.

Centro de repressão

O local abrigou um dos principais centros de repressão militar entre 1964 e 1985. Foi tombado em 2016 pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) para preservação da memória das violações dos direitos humanos cometidas na época da repressão.

Confira a audiência aqui.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.