Xi Jinping e Putin reiteram parceria estratégica entre China e Rússia

Se a reorientação da política externa dos EUA em relação à Rússia pelo governo Trump tem por propósito abalar ou enfraquecer a parceria estratégica entre Moscou e Pequim é muito pouco provável que obtenha sucesso.

Em contato por telefone nesta segunda-feira (24), data que marca três anos da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente da China, Xi Jinping, e seu homólogo russo, Vladmir Putin, reiteraram a parceria estratégica e “sem limites” entre as duas nações.

Laços fortalecidos 

Os laços entre russos e chineses foram fortalecidos pelo conflito no Leste europeu, onde na verdade ocorre uma guerra por procuração dos EUA e da OTAN contra a Rússia, em que os ucranianos sob a liderança de Zelensky são utilizados como bucha de canhão.

Os Estados Unidos e o chamado Ocidente impuseram sanções inéditas à Rússia e financiaram e armaram fortemente Kiev para enfrentar os russos com a malfadada esperança de que poderia derrotá-los.

Os EUA e as potências europeias chegaram ao ponto de congelar metade das reservas russas nomeadas em dólar e euro e usar a renda gerada por elas para bancar o governo Zelensky, que usando o conflito como pretexto impôs aos ucranianos o estado de sítio e cancelou as eleições presidenciais e prorrogou o próprio mandato, encerrado em maio do ano passado.

O presidente ucraniano transformou-se num ditador sustentado por um Ocidente que diz agir em defesa da democracia e dos direitos humanos.

Política de longo prazo

Jinping ressaltou a durabilidade e a natureza “de longo prazo” da parceria, que tem sua própria “dinâmica interna” e não será impactada por alguma “terceira parte”.

“As estratégias de desenvolvimento e as políticas externas  da China e da Rússia são de longo prazo”, afirmou o líder chinês, que também manifestou o apoio de Pequim às iniciativas para alcançar um cessar fogo e a paz entre russos e ucranianos.

“A política externa em conjunto entre Moscou e Pequim serve como um fator de estabilização nos assuntos mundiais”, diz a declaração do presidente chinês.

O presidente russo Vladimir Putin informou o colega sobre os últimos contatos de Moscou com Washington. Pequim expressou apoio ao diálogo renovado e ao novo potencial para resolver a crise na Ucrânia, conforme a declaração.

Putin e Xi falaram ao telefone para “compartilhar opiniões sobre questões de interesse imediato” para a cooperação bilateral e a agenda global, descrevendo a troca como “calorosa e amigável”.

Fator de estabilização

“Os líderes enfatizaram que a política externa russo-chinesa serve como um fator de estabilização nos assuntos mundiais. Sua natureza estratégica não é afetada por influência externa e não representa uma ameaça a nenhuma terceira parte”, acrescenta o documento.

A descrição chinesa do telefonema explica que o contato foi solicitado por Moscou, acrescentando que durante a conversa Xi expressou aprovação pelo fato de que “a Rússia e as partes relevantes empreenderem esforços positivos para resolver a crise”.

Conforme o site russo RT, “o presidente dos EUA, Donald Trump, reverteu as tentativas de “isolar” a Rússia que foram perseguidas pela administração anterior. Agora, Moscou e Washington estão trabalhando para restaurar as relações diplomáticas normais. Altos funcionários de ambos os países disseram que isso poderia levar a uma resolução do conflito na Ucrânia”.

Membros do novo governo dos EUA já haviam criticado a abordagem do presidente Joe Biden, argumentando que ela empurrou Moscou para uma posição de “parceiro júnior” de Pequim, prejudicando os interesses dos EUA.

Por outro lado, Rússia e China descreveram seu relacionamento como uma “parceria sem limites” baseada em respeito mútuo e visões compartilhadas sobre como o mundo deve ser governado. Moscou e Pequim criticaram os EUA por alimentar o caos ao redor do mundo em uma tentativa de minar a competição.

Ao lado do Brasil e de outros países emergentes, Rússia e China estão integrados ao projeto do BRICS de criar as condições para uma nova ordem mundial fundada no efetivo multilaterismo e sem o hegemonismo e o neocolonialismo do chamado Ocidente.

 Fonte Sputnik/Ramil Sitdikov

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