A Conttmaf reforça a importância das recentes iniciativas voltadas à indústria naval brasileira. Com o lançamento da segunda licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras e a assinatura de protocolos para o reaproveitamento de plataformas em desmobilização, a expectativa é que sejam gerados empregos e impulsionada a participação nacional no setor offshore.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento nesta segunda-feira (17/2), em Angra dos Reis (RJ), ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, e de ministros. No total, está prevista a construção de 44 embarcações, incluindo 32 de apoio marítimo, oito gaseiros anunciados hoje e quatro Handymax já contratados.
A Conttmaf reafirma a defesa de uma frota nacional para atender as necessidades internas do país, com navios de bandeira brasileira operados por Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), garantindo uma relação de trabalho justa sob a legislação nacional e a empregabilidade dos marítimos brasileiros.
Embora as licitações sejam internacionais por determinação legal, as exigências específicas possibilitam que embarcações menores sejam construídas no Brasil. Entretanto, a construção de navios Aframax e Suezmax DPST ainda parece ser um desafio nesse governo.
A Petrobras, por sua vez, sinaliza a necessidade de navios Suezmax DPST para dar vazão à crescente produção de petróleo esperada para os próximos anos, o que deveria representar oportunidade para a geração de empregos no Brasil e o desenvolvimento da indústria nacional.
Durante o evento, Magda Chambriard reforçou a intenção de reaproveitar embarcações e acelerar investimentos no setor, destacando um aporte de R$ 58 bilhões até 2026, com a geração de 60 mil postos de trabalho no Rio de Janeiro e Espírito Santo. O investimento em refino também será significativo, somando R$ 40 bilhões e prevendo a criação de 130 mil empregos.
A Conttmaf avalia que as medidas divulgadas até aqui pela Petrobras não são suficientes para garantir a continuidade de frota significativa. A subsidiária da Petrobras continua com perspectiva de declínio da frota, enquanto a Petrobras afreta mais de uma centena de navios de outras bandeiras e de porte bem maior.
Talvez o desconforto na Petrobras com essa realidade ajude a explicar o fato de os marítimos não terem sido convidados para o evento em Angra dos Reis, ou de terem sido contatados somente na véspera.
Diante desse cenário, a Conttmaf segue atenta para garantir que os marítimos brasileiros sejam protagonistas neste processo de retomada da indústria marítima nacional e seguirá cobrando medidas do governo que possam apoiar o desenvolvimento do setor.
Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR